Corte máxima da Venezuela reconhece aliado de Maduro como presidente da Assembleia Nacional
O Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela declarou válido ato da Assembleia Nacional, que definiu Luis Parra como presidente do Parlamento. No dia 6 de janeiro deste ano, Parra foi eleito por congressistas pró-governo em uma sessão questionada pela oposição.
Naquele mesmo dia, fora do Congresso, o autodeclarado presidente interino do país, Juan Guaidó, também foi reeleito para o cargo, em uma votação nominal e presencial, pelos votos de 100 deputados - mais do que os 84 necessários para a sua recondução ao posto.
Com a decisão do Tribunal, a eleição de Guaidó fica sem efeito. Guaidó vinha presidindo as sessões da Assembleia por videoconferência, após o surgimento da pandemia de coronavírus.
Luis Parra era opositor do presidente Nicolás Maduro, mas, depois que foi acusado de participar de um esquema de corrupção, em 2018, foi expulso de seu partido, no ano seguinte. Em seguida, aliou-se a Maduro, que reconheceu a sua eleição, do último dia 6 de janeiro.
Parra afirma ter sido eleito com votos de 81 deputados presentes naquele dia, assegurando que, durante a sessão, havia a presença dos deputados, as atas com os nomes dos parlamentares presentes no último dia 6 de janeiro nunca foram divulgadas e desapareceram.
Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente do Parlamento em janeiro de 2019, foi reconhecido por mais de 50 países, inclusive pelo Grupo de Lima, do qual o Brasil faz parte.
Em janeiro deste ano, ao tentar a reeleição, Guaidó e parlamentares da oposição foram impedidos pelas forças do governo venezuelano a entrar na Assembleia. A Venezuela ficou então, tecnicamente, com dois presidentes da Assembleia, ambos realizando sessões paralelas desde janeiro deste ano.