Repatriado sofre preconceito no Brasil após deixar a Faixa de Gaza

O palestino-brasileiro Hasan Raabe, que ficou conhecido por gravar vídeos do conflito entre Israel e Hamas, e um dos 32 resgatados da Faixa de Gaza pelo governo brasileiro, no último dia 13, recebeu mais de 200 ameaças pelas redes sociais desde que chegou ao Brasil.

Em conversa com a Rádio Nacional, a advogada de Hasan, Thalita Camargo da Fonseca, falou da insegurança vivida pelo palestino e familiares depois que passaram a receber mensagens com discurso de ódio.

Thalita da Fonseca detalha os possíveis crimes presentes nas ofensas direcionadas a Hasan pelas redes sociais.

A defesa de Hasan afirma que acionou o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania para solicitar atendimento do Programa de Proteção de Defensores de Direitos Humanos, e que vai entrar com pedidos de investigação nas áreas cível e criminal. Thalita da Fonseca fala ainda da possibilidade de escolta.

Hasan tem cidadania brasileira e vive em São Paulo desde 2014. Ele nunca tinha voltado a Gaza, até essa viagem para visitar a família que, logo no início, acabou interrompida pelo conflito.

Na noite desta quinta-feira, o Ministério dos Direitos Humanos publicou nota informando que qualquer cidadão que tiver seus direitos violados pode acionar a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, por meio de um dos canais de atendimento como o Disque 100. Após acolher a denúncia, o Ministério dará o devido encaminhamento.

Três programas de proteção estão sob responsabilidade do ministério: o Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas; Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas e Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte.

* Com a colaboração de Gésio Passos.