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Internacional

Interpol: aumenta o número de pessoas traficadas para aplicar golpes

Neste ano, três brasileiros conseguiram escapar do Myanmar, na Ásia
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Gabriel Corrêa - Repórter da Rádio Nacional
01/07/2025 - 13:44
São Luís
FILE PHOTO: A man passes an Interpol logo during the handing over ceremony of the new premises for Interpol's Global Complex for Innovation, a research and development facility, in Singapore September 30, 2014. REUTERS/Edgar Su//File Photo
© REUTERS/Edgar Su//File Photo/Proibida reprodução

As organizações criminosas internacionais que praticam tráfico de pessoas para obrigá-las a praticar golpes virtuais estão se expandindo mundialmente. O alerta foi feito nesta semana pela Organização Internacional de Polícia Criminal - Interpol.

Apenas no mês de março, foram identificadas vítimas de 66 países, dos cinco continentes, que foram traficadas e obrigadas a aplicar golpes financeiros para arrecadar recursos para os criminosos.

O modo de operar é semelhante: centenas de milhares de vítimas são atraídas por anúncios de emprego falsos e acabam sujeitas à extorsão por meio de servidão por dívida, espancamentos, exploração sexual, tortura e estupro.

Nos últimos cinco anos, três em cada quatro vítimas foram levadas para centros no Sudeste Asiático. Mas a Interpol registrou um aumento desses crimes em outras regiões, incluindo o Oriente Médio, a África Ocidental e a América Central. Em relação ao perfil dos facilitadores do tráfico de pessoas, aproximadamente 90% eram de países asiáticos e 10% da América do Sul ou da África.

Em uma única operação, no ano passado, a Interpol deteve mais de 2,5 mil pessoas e resgatou mais de 3 mil vítimas em uma ação coordenada globalmente. Nas Filipinas, por exemplo, a polícia invadiu um armazém e deteve mais de 250 pessoas envolvidas nesses crimes em escala industrial. Também em 2024, na Namíbia, foram encontrados 88 jovens forçados a aplicar golpes.

Brasileiros também têm sido vítimas. Há menos de um mês, uma pernambucana retornou ao país após ser resgatada de um hotel em Myanmar, no sul da Ásia. E, em fevereiro, outros dois brasileiros conseguiram fugir depois de serem obrigados a aplicar golpes financeiros, também em Myanmar.

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