Ministério Público quer novo julgamento para homem que matou esposa esfaqueada no DF
O Ministério Público do Distrito Federal entrou com recurso pedindo um novo julgamento para Tiago de Souza Joaquim, que foi a júri popular acusado do assassinato da esposa Vanilma Martins dos Santos. O caso foi o primeiro feminicídio registrado no DF em 2019.
Apesar de ter sido denunciado por homicídio triplamente qualificado, incluindo feminicídio, o réu foi condenado a uma pena de 8 anos de prisão em regime semiaberto, por lesão corporal seguida de morte. Os jurados desclassificaram o crime para homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Tiago Joaquim ainda poderá recorrer em liberdade. O julgamento terminou na noite dessa terça-feira.
Na avaliação do promotor do caso, Marlon Fernandes, a decisão do júri contrariou as provas do processo e representa um retrocesso na luta contra a violência doméstica e familiar envolvendo mulheres.
“O Ministério Público não concorda com a decisão, embora tenha que respeitá-la. Uma faca não vai parar no peito de uma mulher por acidente. Isso é um homicídio doloso, não culposo. A única solução possível na visão do Ministério Público é que o acusado seja condenado por feminicídio ou homicídio doloso, aquele em que há intenção de matar”.
O crime que foi a julgamento esta semana ocorreu na madrugada de 5 de janeiro de 2019, no Setor Leste do Gama. Segundo as investigações do Ministério Público, Tiago chegou em casa e discutiu com a esposa, após ela ter reclamado que ele estava embriagado. Na sequência, ele teria golpeado Vanilma Martins dos Santos no tórax. O filho do casal, de 3 anos, estava no local. A facada atingiu o pulmão da vítima, que mesmo sendo socorrida, não resistiu.
Não conseguimos contato com a defesa de Tiago de Souza Joaquim.
Aqui no DF, só no ano passado, foram registrados 33 casos de feminicídio.