Desmatamento e queimadas são discutidos em audiência pública do STF
O desmatamento, as queimadas e o calor intenso no Brasil, assuntos comentados em todo o país nos últimos dias, também foram debatidos no STF, Supremo Tribunal Federal, nessa segunda-feira.
Representantes de organismos Internacionais e do Brasil ligados à preservação do meio ambiente e dos direitos humanos participaram da sequência da audiência pública, convocada pelo ministro Luis Roberto Barroso para debater políticas públicas ambientais e aplicação dos recursos do Fundo Nacional sobre a Mudança do Clima.
O evento foi marcado depois que quatro partidos de oposição entraram com uma ação contra o governo federal, alegando o não uso de parte dos recursos do Fundo do Clima.
Na audiência, Mauricio Voivodic, diretor-executivo do WWF- Brasil, que é o Fundo Mundial do Meio Ambiente, disse que estudos internacionais garantem que as áreas já desmatadas no Brasil são suficientes para a atividade agropecuária por, pelo menos, mais 20 anos.
Outro participante do debate, o diretor do Centro de Empreendedorismo da Amazônia, Raphael Medeiros, acredita que é justamente a falta de oportunidades econômicas que favorece a degradação da floresta.
Já a diretora da Human Rights Watch, Maria Laura Canineu, mostrou dados de pesquisas sobre brasileiros afetados pelas queimadas na região amazônica.
A diretora executiva do Pnuma, Programa da Nações Unidas para o Meio Ambiente, Inger Andersen, salientou que o Brasil faz parte de 18 acordos internacionais para proteger o meio ambiente. E sustentou que tanto o nosso país quanto outros precisam cumprir esses tratados.
Já a coordenadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, Sônia Guajajara, mostrou-se preocupada com a Covid-19 nas terras indígenas, que já contaminou mais de 30 mil índios e matou 800.
Na sua vez, o representante da Transparência Internacional no Brasil, Renato Morgado, argumentou que o desmatamento está ligado a crimes e pediu punição para os responsáveis.
Ao total, 33 representantes do governo e de organismos internacionais e do Brasil ligados ao meio ambiente e aos direitos humanos participaram do primeiro dia de debates no STF. As discussões seguem nesta terça-feira, com a participação de outras 30 pessoas.