Amazônia tem oito das dez cidades que mais emitem CO2 no país

Oito dos dez municípios brasileiros que mais emitem gases de efeito estufa estão localizados na Amazônia. Lideram a lista Altamira e São Félix do Xingu, no Pará, seguidos por Porto Velho, em Rondônia, e Lábrea, no Amazonas.

Fora da região Amazônica, São Paulo e Rio de Janeiro, as maiores cidades do país, completam a lista. Os números são relativos à estimativa anual das emissões de gases de efeito estufa do Brasil e apontam que, em 2019, os dez municípios mais poluidores emitiram juntos 198 milhões de toneladas brutas de dióxido de carbono equivalente, ou seja, mais do que todas as emissões de países como Peru e Holanda.

Os dados foram divulgados nesta segunda-feira pelo Observatório do Clima, composto por mais de 70 organizações da sociedade civil.  O Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa calculou as emissões de todos municípios brasileiros, considerando os setores de energia, indústria, agropecuária, tratamento de resíduos e mudança de uso da terra e florestas.

Líder do ranking com 35 milhões de toneladas, o município paraense de Altamira supera em quantidade as emissões registradas em países como Suécia e Noruega, segundo o ranking global feito pelo World Resources Institute. Em segundo lugar, está São Félix do Xingu, que tem o maior rebanho do país.

Em outra cidade paraense, Novo Progresso, com 25 mil pessoas e que fica no centro da região desmatada do eixo da rodovia BR-163, foi registrada a décima maior emissão por habitante do país: 580 toneladas de CO2 por ano. Seria como se cada morador tivesse mais de 500 carros rodando 20 km por dia com gasolina.

De acordo com Tasso Azevedo, coordenador do estudo, entre os setores que mais emitiram gases de efeito estufa, está o agropecuário, com a maior emissão em 67% dos municípios brasileiros, especialmente as criações de gado de corte.

Os dados do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa são gerados de acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas e tomam como base os Inventários Brasileiros de Emissões e Remoções Antrópicas de Gases do Efeito Estufa, do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.