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Meio Ambiente

Temperaturas extremas ameaçam áreas preservadas da Amazônia

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Gabriel Corrêa - Repórter da Rádio Nacional
14/10/2025 - 13:44
São Luís
Baixo Amazonas (PA), 20/05/2024 - A árvore gigante da Amazônia brasileira, a quarta maior do mundo, está em território paraense: o angelim vermelho (Dinizia excelsa), com 88,5 metros de altura e 3,15 m de diâmetro, variando de 400 a 600 anos de existência, é encontrado na Unidade de Conservação Estadual de Uso Sustentável Floresta Estadual do Paru (Flota do Paru), na Região de Integração Baixo Amazonas, no oeste paraense. Foto: Pablo Albarenga/Divulgação
© Pablo Albarenga/Divulgação

Temperaturas extremas na região amazônica ameaçam áreas preservadas e terras indígenas, segundo um estudo inédito da Rede Amazônia Sustentável e que será publicado durante a COP30. Os pesquisadores da Universidade de Lancaster, na Inglaterra, identificaram uma nova região no centro-norte de 700 mil km², de alto risco e onde o déficit hídrico já está acima da média e crescendo mais rápido que em outras áreas.

O território corresponde a um décimo da bacia amazônica, com aumento de temperaturas extremas superiores a 0.7 graus por década, ou seja, muito mais que a média de apenas 0.2 graus a cada 10 anos. O estudo destaca, porém, que as taxas de eventos climáticos extremos no centro-norte da Amazônia não seguem a distribuição das terras agrícolas, já conhecidamente afetadas pelo desmatamento direto causado pelo homem. Por isso, a mudança climática global é o principal fator das rápidas alterações.

Segundo os pesquisadores, as novas condições já afetam essas áreas preservadas, com o aumento da morte de animais. A pesquisadora Joice Ferreira, da Embrapa Amazônia Oriental, também autora do estudo, alerta que as mudanças afetam os meios de vida de várias maneiras, incluindo a redução da produção de produtos econômicos importantes, como o açaí. A pesquisa foi realizada em conjunto com o INPE, mais uma equipe internacional de 29 instituições.

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