Tradicionalmente no Brasil os principais biocombustíveis são etanol, que tem como base principal a cana de açúcar e o biodiesel que tem a soja como a principal matéria prima. Só a soja é responsável por 75%. Falta ao Brasil diversificar essas matérias-primas.
É o que avaliam alguns especialistas, que apontam perigos da monocultura da soja e da cana de açúcar, uma vez que esse tipo de cultura pode provocar o desmatamento de áreas de preservação, além de impactar diretamente na quantidade de alimentos disponíveis para a população.
Pensando nisso, várias pesquisas vem sendo desenvolvidas sobre as propriedades físicas e químicas de óleos não comestíveis. É o caso do fruto da macaúba, que está sendo considerado por muitos especialistas o novo ouro brasileiro.
O professor Sérgio Motoike, coordenador da equipe de pesquisadores da macaúba no Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia da Universidade Federal de Viçosa, vem desenvolvendo desde 2005 várias pesquisas sobre a palmeira e explica quais são as vantagens da utilização da macaúba na produção de biodiesel no país.
Tanto o pinhão-manso, o nabo forrageiro e a crambe são usados como matérias primas na produção de biodiesel. Outra alternativa que futuramente pode ganhar destaque no país, principalmente pelo impacto positivo para o meio ambiente, são os óleos de fritura.
Segundo o professor da UFMG e vice-coordenador do programa de pós-graduação em biocombustível da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, José Fabris, hoje cerca de 1% da biodiesel é produzido partir do óleo de fritura de diferentes cozinhas no país.