Água de reúso pode ser solução para crises hídricas provocadas pela falta de chuvas

Pesquisa & Inovação

Publicado em 11/03/2018 - 10:58 Por Nelson Lin - São Paulo

O reúso da água é geralmente utilizado para fins industriais e em grande escala, mas você sabia que essa tecnologia também pode ser usada de forma potável? Pelo menos é o que afirmam especialistas ouvidos pela reportagem. Os custos para isso são competitivos, segundo eles, mas, para disseminar a prática é preciso ampliar a coleta e o tratamento de esgoto e também esclarecer a população sobre o processo.

 

O empreendimento comercial Vera Cruz II, situado na zona sul da cidade de São Paulo, instalou, em 2014, o sistema de tratamento de esgoto e reúso de água que reutiliza a água de lavatórios e tanques para irrigação dos jardins, descarga de sanitários e no espelho de água. De acordo com o gerente do estabelecimento, Thiago Pereira, a instalação gerou uma economia de 300 metros cúbicos de água e de R$ 11 mil por mês.

 

Mas tal tipo de instalação somente é possível em empreendimentos de grande porte. E atenção! O reúso de água potável ainda não é para beber.  O uso mais comum é colocar essa água nos mananciais e tratar junto, o chamado uso indireto.

 

Para o professor da USP especialista no assunto José Carlos Mierzwa, a instalação individual pode gerar riscos de saúde decorrentes da falta de tratamento adequado da água de reúso. Ele também pondera que a falta de regulamentação e de padrões mínimos de qualidade dessa água não permitem uma disseminação maior dessa prática.

 

E a água de reuso também poderia ser a solução para crises hídricas decorrentes da falta de chuvas. Mas, para isso, o gerente de Engenharia da Sabesp, Nelson de Campos Lima, esclarece que, primeiro, é preciso cuidar da coleta e do tratamento de esgoto, como já fazem alguns países.

 

Especialistas apontam ainda que o reúso para água potável seria uma solução mais barata do que a busca pela água em mananciais longe das regiões em que a população é abastecida. Mas, nesse caso, conforme explica José Carlos Mierzwa, cálculos de custo, coleta e tratamento de esgoto não entrariam.

 

Dados da Agência Nacional de Águas (ANA) apontam que, no estado de São Paulo, a coleta e o tratamento de esgoto atingem cerca de 64% da população.

 

E, de acordo com dados da Sabesp, na cidade de São Paulo, há coleta e tratamento de cerca de 75% do esgoto, e 0,5% do esgoto tratado é transformado em água de reúso para usos industrial e urbano.

 

* Sonoplastia: Messias Melo

** EBC em parceria com a Agência Nacional de Águas no 8º Forum Mundial da Água

 

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