Isolamento social ajudou a reduzir em 25% os ruídos no Distrito Federal
Observatório Sismográfico
Publicado em 07/06/2020 - 09:23 Por Anna Luísa Praser - Brasília
A pandemia calou Brasília. E durante pouco mais de um mês, manteve a cidade mais silenciosa. Graças aos decretos de isolamento social, o ritmo frenético da capital foi interrompido e na semana seguinte à determinação do governador, chegou a ter uma redução em torno de 25% nos ruídos causados pela movimentação.
A emissão de sons, no entanto, foi aumentando gradualmente, a medida que as medidas de isolamento eram relaxadas e voltaram a níveis quase normais já no final de abril.
Esse fenômeno foi identificado pelo Observatório Sismográfico da UnB, que tem uma estação instalada no Parque Nacional de Brasília e que usualmente, monitora tremores e abalos da terra - conhecidos como terremotos. Mas, em uma situação tão atípica despertou a atenção dos pesquisadores.
De acordo com chefe do observatório sismográfico de Brasília, Marcelo Peres Rocha, esses equipamentos pode ser uma importante ferramenta de monitoramento do isolamento social.
Esse estudo é parecido com experimentos realizados em outros países e que usaram as vibrações causadas pelos ruídos de movimentação para mensurar os efeitos da quarentena.
Em Bruxelas, capital da Bélgica, por exemplo, em meados de março, houve uma redução de 30% a 50% do ruído sísmico. No Nepal, a taxa chegou a 80%.
Os números foram menores no DF porque a estação que mede a movimentação está instalada em uma região próxima à área urbana, enquanto em outros lugares, o equipamento fica em área isolada, para medir a presença de tremores terrestres.
Agora, todas as obervações e conclusões dos pesquisadores brasileiros serão reunidos em um artigo a ser publicado em revista científica. Além disso, a equipe espera poder apresentar esses dados no Congresso Brasileiro de Geologia, previsto para acontecer em Brasília em outubro desse ano.
Com produção de Rosimary Cavalcante.