Estudo revela hábitos de ancestrais do litoral brasileiro

Publicado em 16/09/2020 - 20:32 Por Tatiana Alves - Rio de Janeiro

Populações pescadoras e coletoras que viveram no litoral do Rio Grande do Sul até a Bahia entre 8 mil  e mil anos tinham o costume de cultivar alimentos em grandes montes feitos de areia, terra e conchas - os sambaquis - onde são encontrados restos alimentares, ferramentas, armas, adornos e sepultamentos. Esses montes, com alturas variáveis, têm alta visibilidade e se destacam na paisagem litorânea.

A descoberta foi das arqueólogas do Museu Nacional, Rita Scheel-Ybert e Célia Boyadjian, que apresentaram um estudo que trata do tema, publicado recentemente no periódico internacional Journal of Anthropological Archaeology. 

O estudo traz uma visão totalmente nova sobre a organização social dos grupos que habitavam a região costeira do Brasil, que não só cultivavam hortas domésticas, como também modificaram a paisagem no entorno, aumentando o número de plantas frutíferas e deixando marcas na paisagem.

Os sambaquis são sítios arqueológicos bastante comuns em toda a costa do Brasil, testemunhos de uma ocupação milenar que durou de pelo menos 8.500 a 1.000 anos atrás. São montes cujo tamanho pode chegar até 70 metros de altura por centenas de metros de diâmetro. Eles foram moldados a partir de conchas e sedimentos, contendo ossos de peixes, carvões, artefatos diversos, entre outros.

As pessoas viviam no entorno de grandes lagoas, baías e estuários, onde  sepultavam seus mortos, realizavam rituais elaborados, cultuavam seus deuses, honravam seus antepassados, confraternizavam em festas e banquetes funerários e reforçavam seus laços sociais através de trocas de comida e do trabalho comunitário.

Durante muito tempo, seus construtores foram considerados pescadores-coletores “primitivos”. No entanto, evidências de uma grande diversidade de plantas selvagens e de plantas domesticadas como cará, batata-doce, araruta, abóbora e milho demonstram que a pesca e a coleta eram associadas à prática de horticultura nesses locais.

Edição: Ana Pimenta

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