Pesquisadores da UFRJ descobrem mecanismo celular ligado à obesidade

Uma pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) realizada em parceria com cientistas da Universidade da Califórnia comprovou de forma inédita um mecanismo celular que pode ajudar no controle da obesidade. Os testes em camundongos mostraram que o bloqueio de uma proteína que existe dentro das células leva à maior queima de energia na camada de gordura marrom do corpo.

De acordo com o professor do Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis da UFRJ, Marcus Oliveira, , espera-se que a descoberta tenha impacto também na camada de gordura branca, que é a acumulada com a obesidade. O próximo passo da pesquisa é comprovar esse efeito.

A ativação dessa gordura marrom já tinha sido comprovada com o estímulo de adrenalina, como nos casos extremos em que o corpo precisa queimar gordura para a sua própria sobrevivência. No entanto, a adrenalina não pode ser usada para esses fins, por causa dos efeitos nocivos que pode provocar em órgãos essenciais do corpo, como o coração.

Isso motivou a busca por uma outra forma de ativação, nos estudos que foram iniciados há seis anos, com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro. Oliveira acrescenta que os pesquisadores também vão buscar replicar os resultados obtidos nas cobaias em tecido humano e partir em busca de uma forma de bloquear essa proteína de maneira isolada nas células de gordura marrom.

Ele acredita que a descoberta abre um novo caminho para ajudar pessoas que sofrem com a obesidade, mas não conseguem emagrecer com mudança de hábitos, por questões genéticas ou metabólicas. Oliveira destaca que a obesidade está associada a diversas doenças crônicas como diabetes, hipertensão e alguns tipos de câncer, o que reforça a importância da pesquisa.