A história da Fundação Oswaldo Cruz começou em 25 de maio de 1900, quando o governo criou o Instituto Soroterápico Federal, na fazenda de Manguinhos, no Rio de Janeiro. O objetivo era desenvolver soros e vacinas para enfrentar a epidemia que peste bubônica e outras doenças que se espalhavam pelo Brasil.
Em 122 anos a fundação cresceu e está presente em todas as cinco regiões do Brasil, com núcleos em dez estados, além do Distrito Federal e ainda tem parcerias com instituições científicas de 50 países.
Atualmente, quase 12 mil pessoas trabalham na Fiocruz, funcionários como Silvia Mota, que está há 38 anos no local e atualmente dirige a creche da fundação: "Eu vi esta instituição transformar a vida desse país. Eu vi transformar a saúde. Eu faço parte dessa história. Eu faço parte da história da saúde pública desse país".
Orgulho que Sílvia tem de trabalhar na Fiocruz pode ser explicado em números. A fundação é a maior produtora mundial da vacina contra a febre amarela e fabrica diversos tipos de vacinas contra o sarampo, caxumba, rubéola, poliomielite e covid. Só no ano passado entregou 233 milhões de doses de vacinas para o governo federal.
A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade diz que a instituição contribui para a saúde do brasileiro: "Essa pandemia mostrou a importância de investimentos contínuos em ciência, tecnologia e inovação. Essa pandemia mostrou também que só uma visão integrada, que considere os aspectos científicos do campo biomédico, os aspectos ambientais e sociais pode fazer com que a humanidade, não só o Brasil, pense em um projeto de futuro."
Além das vacinas, a Fiocruz também fabrica remédios é a maior fornecedora de medicamentos do governo federal. Em um ano o laboratório da fundação consegue produzir mais de 2,5 bilhões de comprimidos, com isso é possível reduzir a dependência de outros países e diminuir os gastos.
Para Carlos Gadelha que coordena o Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz, investimento em saúde e tecnologia representa desenvolvimento para o país: "E não tem ciência só pela ciência. É uma ciência pra mudar a realidade. Hoje, se a gente tem a vacina da AstraZeneca se deve a esta concepção de que saúde e desenvolvimento, que tem que ter tecnologia e tem que usar o mercado público pra desenvolvimento da base produtiva nacional".
A produção nacional de medicamentos e de vacinas de possível devido ao trabalho dos pesquisadores da Fiocruz.
A diretora do Instituto Oswaldo Cruz, Tânia Araújo e relembrou um pouco da história e conquistas e destacou novas descobertas: "A descoberta da doença de chagas em 1909 e a erradicação da varíola já na primeira metade do século passado foram grandes contribuições do nosso instituto à saúde do Brasil. Depois nós tivemos várias questões muito importantes também, o primeiro isolamento do vírus HIV e as primeiras pesquisas em HIV AIDS saíram daqui, do nosso instituto. E eu posso destacar também uma vacina, ainda experimental, que está em fase de testes na África que é a primeira vacina pra esquistossomose e fasciolose. Esquistossomose é doença humana e fasciolose é uma doença que atinge mais o gado".
Atualmente a Fiocruz desenvolve mais de mil projetos de pesquisas. A fundação, também atua na formação e novos profissionais para a área da saúde.