O relator da CPMI da Petrobras, deputado Marco Maia, apresentou nesta quarta-feira o relatório final da comissão, que sugere que as investigações da Operação Lava Jato sejam intensificadas. Ao contrário do que foi anunciado antes da sessão, Maia não recomendou o indiciamento de nenhum dos envolvidos no esquema de corrupção na estatal. No entanto, ele solicitou a responsabilização de 47 funcionários de empresas privadas e cinco da Petrobras. Entre os citados estão Alberto Youssef, Adarico Negromonte, Meire Poza, Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa.
Marco Maia leu parte do relatório de 903 páginas elaborado pela comissão. O documento deve ser votado pelos integrantes da CPMI na quarta-feira da semana que vem. A Comissão vai funcionar até o dia 22 de dezembro, último dia da atual legislatura. Segundo o relator, faltou tempo para aprofundar as investigações.
O Democratas, partido de oposição, informou que vai estudar o documento e deve apresentar um novo relatório pedindo a demissão de toda a diretoria da estatal. O líder do DEM na Câmara, deputado Mendonça Filho, diz que o foco é identificar as falhas no texto do deputado Marco Maia e expor a visão crítica da oposição.
No relatório final, Marco Maia destacou a importância da Petrobras como uma das maiores empresas de energia do mundo, e disse que as falhas nos processos de contratações devem ser atacadas. Ele afirmou que é preciso maior alinhamento entre a conduta dos gestores e o interesse dos acionistas.
Questionado sobre a falta de clareza do documento, o relator informou que, mesmo que não esteja explícito no texto, o parecer é favorável ao indiciamento dos 52 envolvidos no esquema. E se for necessário, o documento pode ser alterado até a votação.