O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, afirmou que o líder de seu partido na Casa, o PMDB, deve unir a bancada e não trabalhar como um assessor do governo, em favor dos interesses do Executivo no Congresso. Segundo ele, o atual líder, Leonardo Picciani, não cumpre esse papel.
As declarações de Cunha ocorrem em meio a disputa interna do PMDB pela liderança na Câmara.
Em fevereiro os deputados do partido vão escolher o líder, que tem, entre suas funções, a prerrogativa de escolher os integrantes das comissões da Casa. Entre elas, está a comissão especial que vai analisar o pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
Picciani já afirmou que vai concorrer à reeleição. Mas a ala considerada antigovernista do partido também lançou candidato. Será Leonardo Quintão.
Quintão chegou a ser líder, quando Picciani foi destituído do cargo em dezembro sob a acusação de trabalhar a favor do governo na Casa. Uma semana depois ele voltou à liderança.
A votação para a liderança será secreta. E briga entre Picciani e Quintão ocorre até na hora de definir a logística da eleição.
Aqueles que são a favor de Picciani querem que a disputa ocorra depois do Carnaval e que o líder seja eleito por maioria de votos, ou seja, 50% mais um.
Já os defensores de Quintão querem que a eleição ocorra na primeira semana de fevereiro, assim que o Congresso retomar os trabalhos e que o novo líder seja eleito com dois terços de votos.