Sub-relator da CPI do BNDES sugere indiciamento de Luciano Coutinho

Os quatro sub-relatores da CPI do BNDES apresentaram nessa quarta-feira as conclusões sobre a investigação de denúncias de irregularidades na gestão do banco público de desenvolvimento. Dois relatórios setoriais apontaram irregularidades na concessão de financiamentos do banco a empresas privadas, favorecimentos e tráfico de influência nas operações.

Os sub-relatórios são as bases do relatório final, que será apresentado no dia 16. O sub-relator Alexandre Baldy, do PSDB, sugere o indiciamento do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, pelos crimes de gestão fraudulenta e de prevaricação, por supostas irregularidades em empréstimos para empresas do Grupo São Fernando, do empresário José Carlos Bumlai, preso pela Operação Lava Jato.

Deputados da base governista minimizaram as propostas e afirmaram que a CPI não encontrou qualquer indício que justifique indiciamento. O deputado Reginaldo Lopes, do PT, criticou o relatório de Baldy por se basear em reportagens publicadas na imprensa e ignorar as provas apresentadas à comissão.

Em nota, o BNDES destacou que o indiciamento de Luciano Coutinho é apenas uma sugestão de um dos quatro sub-relatores e que o relatório final ainda será apresentado. O banco afirmou que já apresentou as evidências que demonstram a inconsistência no pedido de indiciamento de seu presidente e seus diretores.

O sub-relator de Alexandre Baldy pede ainda o prosseguimento das investigações sobre o envolvimento do atual governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, do PT, nas suspeitas decorrentes da Operação Acrônimo, da Polícia Federal. A operação investiga denúncias de lavagem de dinheiro.

Em nota, o governador Fernando Pimentel, classificou as acusações como injustas e descabidas. Ele afirmou que confia na justa e imparcial condução da CPI que, no relatório final, vai repor integralmente a veracidade dos fatos.

Com colaboração de Kariane Costa

* Matéria atualizada às 15h33 para correção de informações. Diferentemente do informado inicialmente, o indicamento do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, foi solicitado por apenas um dos quatro sub-relatores da CPI.