A sessão começou pouco antes das dez da manhã e os senadores passaram quase três horas discutindo questões de ordem. Foram dez, todas apresentadas por senadores contrários ao impeachment.
Os pedidos foram desde a suspensão da fase de pronúncia até a declaração de suspeição do relator, o senador Antônio Anastasia, e o desmembramento das denúncias.
O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowiski, negou todas. Disse que a questão de ordem servia apenas para o caso de dúvidas de procedimento e não de mérito do processo.
A única questão de ordem acatada e que causa algum efeito na sessão é a que pedia para que não houvesse censura nos discursos dos parlamentares.
Mais cedo, no início da sessão, Lewandowiski pediu que os senadores agissem com coragem e independência, de acordo com suas consciências e com a Constituição.
O relator Anastasia falou por meia hora. Reafirmou ver indícios de crime de responsabilidade por parte da presidenta afastada no caso dos três decretos editados sem autorização do Congresso Nacional e das chamadas pedaladas fiscais. E rebateu o argumento de conluio contra Dilma Rousseff.
A acusação diz que está tranquila e que essa é uma chance de passar o país a limpo, como falou o jurista Miguel Reale Júnior, um dos autores do processo de impeachment.
Já a defesa lamenta o longo tempo da sessão. O advogado José Eduardo Cardozo diz que a preocupação é quanto aos trabalhos na madrugada.
Após intervalo de uma hora, os senadores passaram para a fase dos discursos. Mais de 40 parlamentares se inscreveram para falar pelo tempo de dez minutos cada. Acusação e defesa também falam por 30 minutos e depois será a votação aberta no painel eletrônico.