O advogado do ex-presidente Lula, Cristiano Zanin, disse nessa segunda-feira que não é possível estabelecer qualquer relação entre as palestras do ex-presidente e os contratos firmados pelo BNDES.
Ele se referiu à denúncia do Ministério Público Federal, que acusa o ex-presidente de facilitar repasses do banco para a empreiteira Odebrecht realizar obras em Angola.
Em retribuição, a empresa teria repassado valores de forma dissimulada ao ex-presidente e à empresa de Taiguara Rodrigues, filho de um amigo de juventude de Lula. O advogado afirmou que o ex-presidente não tem qualquer relação com os negócios de Taiguara.
Zanin também deu detalhes sobre a defesa do ex-presidente e da ex-primeira-dama Marisa Letícia em relação a denúncia do Ministério Público Federal de 14 de setembro.
A defesa pede a transferência do processo de Curitiba para Justiça do Distrito Federal ou de São Paulo, questiona a imparcialidade do juiz Sérgio Moro, que segundo Zanin confunde o papel de Juiz com o de promotor e pede ainda o afastamento dos procuradores que assinaram a acusação por conduta espetaculosa.
Ele citou como exemplo a exposição feita à imprensa em PowerPoint, que coloca o ex-presidente como o maior beneficiário do esquema de corrupção investigado pela Lava Jato, apesar de restringir as provas à reforma de um apartamento no litoral de São Paulo e a contratos com empresas de transporte e armazenamento de objetos do acervo presidencial.
Para Cristiano Zanin, Lula está sendo vítima de uma guerra jurídica, em inglês, o chamado Lawfare.
Ao todo, a defesa apresenta oito argumentos para rechaçar a acusação dos procuradores do Paraná e solicita que sejam incluídos nos autos cerca de 50 novos documentos, como a lista de doação da empreiteira OAS para pagamento de palestras a outros ex-presidentes.




