O presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, deputado Jorge Picciani, do PMDB, negou nesta quinta-feira que tenha cometido qualquer ato ilegal ou desonesto. Em discurso no plenário, ele deu detalhes sobre sua condução coercitiva para prestar depoimento sobre a Operação Quinto do Ouro.
A Polícia Federal e o Ministério Público Federal investigam o pagamento de propina a integrantes do Tribunal de Contas do Estado. Cinco dos sete conselheiros estão presos temporariamente. A operação foi desencadeada após delação premiada do ex-presidente do Tribunal de Contas, Jonas Lopes.
Picciani se disse vítima do delator, que foi nomeado para o cargo pelo ex-governador Anthony Garotinho, do PR.
Segundo o delator Jonas Lopes, parte do recurso de Fundo do TCE liberado para socorrer o governo do estado foi desviado para os conselheiros. O deputado Picciani disse que não influenciou nesta operação, que tinha como objetivo pagar empresas que fornecem alimentos para presídios e instituições socioeducativas.
O deputado Picciani disse que também foi questionado pelos investigadores sobre conhecer o presidente da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado, Lélis Teixeira. A resposta foi que tem apenas relações institucionais com ele.
A terceira pergunta era se Picciani sabia que o TCE recebia 1% de todas as obras acima de R$ 5 milhões, o que foi negado pelo deputado. Mesmo com os esclarecimentos, o líder da bancada do PSOL, Marcelo Freixo, manteve a posição de pedir o afastamento de Picciani da presidência da Casa.
Já para o líder do PSDB, deputado Luiz Paulo, a investigação abala a imagem do Legislativo, mas caberia a Picciani decidir se continua no cargo.
O deputado Picciani foi aplaudido durante o discurso quando disse que não tem nenhum constrangimento de continuar na presidência da Assembleia Legislativa. Por outro lado, na galeria, haviam cartazes de protesto.





