Alvo de operação da PF, Maggi nega ter agido de forma ilícita ou tentado obstruir Justiça
Nota
Publicado em 14/09/2017 - 15:48 Por Danyele Soares - Brasília
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (14) a Operação Malebolge, que é a 12ª fase da Operação Ararath. A ação cumpre mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal em 65 endereços nos estados de Mato Grosso, São Paulo e em Brasília.
Um dos alvos desses mandados foi o ministro da Agricultura, Blairo Maggi. Além dele, também são investigados deputados estaduais; empresários; o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, do PDMB e conselheiros do Tribunal de Contas de Mato Grosso. Cinco conselheiros foram afastados.
A ação investiga a prática de corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa, gestão fraudulenta de instituição financeira e crimes contra a ordem tributária. Também apura a prática de obstrução às investigações, porque, segundo os investigadores, suspeitos teriam pagado um colaborador para mudar a versão de depoimentos e pagado um investigado para não firmar um acordo de colaboração.
O esquema foi descoberto durante as investigações da Operação Ararath, a partir da apreensão de diversos documentos e depoimentos prestados por colaboradores, entre eles, o ex-governador do Mato Grosso Silval Barbosa.
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), a organização criminosa se instalou no alto escalão do governo do estado e funcionou, especialmente, entre 2006 e 2014.
A Operação Malebolge é uma referência ao oitavo círculo do Inferno de Dante.
Em nota, o ministro Blairo Maggi negou que tenha agido de forma ilícita dentro das ações do governo ou para obstruir à Justiça. Disse que jamais aceitou qualquer ação para que houvesse "mudanças de versões" em depoimentos de investigados. Destacou que tem total interesse na apuração da verdade e chamou de mentirosas as afirmações do ex-governador Silval Barbosa de que Maggi teria feito pagamentos ao então secretário Eder Moraes para acobertar qualquer ato.
Por fim, Maggi disse que respeita o papel da Justiça. Mas deixou claro que usará todos os meios legais para se defender e restabelecer a verdade.
Também em nota, o Tribunal de Contas de Mato Grosso informou que suspendeu a sessão plenária e o expediente administrativo para não atrapalhar a operação.
Em nota, o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro afirmou que colabora com a Justiça e aguarda o inquérito ser instaurado para apresentar defesa e apurar a verdade.