Publicado em 19/09/2017 - 16:32 Por Danyele Soares - Brasília
Os trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga irregularidades no grupo JBS devem ser definidos nesta quarta-feira (20). De acordo com o relator da CPI mista, deputado Carlos Marun, do PMDB, o plano de trabalho da comissão será apresentado nesta quarta e os depoimentos devem começar na semana que vem.
E entre os primeiros depoentes que devem ser convocados pela comissão, está o procurador Ângelo Goulart. Preso em maio e solto em agosto, o procurador é acusado de atuar como informante do empresário Joesley Batista nas investigações e em troca do recebimento de R$ 50 mil por mês. Mas o procurador nega as acusações.
Segundo o relator da CPI Mista, Ângelo Goulart precisa explicar as afirmações que fez em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, afirmando que o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, firmou acordo de delação com a JBS para derrubar o presidente Michel Temer e impedir a nomeação de Raquel Dodge para chefia o Ministério Público Federal.
Mas, deputados da oposição afirmam que os governistas querem usar a CPI Mista para retaliar Rodrigo Janot, que em sua última semana à frente do cargo, denunciou Michel Temer por obstrução à Justiça e organização criminosa.
Frente às críticas, o relator Carlos Marun, que é um dos maiores defensores do presidente, rebate.
Marun também afirmou que os empresários Joesley e Wesley Batista devem ser convocados para prestar depoimento. E se posicionou a favor da manutenção das provas entregues pelos empresários. Disse, apenas, que os interrogatórios devem ser desconsiderados, mas que documentos devem ser mantidos.