Plenário da Câmara rejeita denúncia contra Temer e ministros por 251 a 233 votos

Temer e ministros

Publicado em 25/10/2017 - 23:04 Por Samanta do Carmo - Brasília

A segunda denúncia da Procuradoria Geral da República contra Michel Temer foi arquivada na noite desta quarta-feira pela Câmara dos Deputados. 251 votaram contra a autorização para que o Supremo Tribunal Federal investigasse o presidente ainda durante seu mandato.


No entanto, desta vez, Temer teve menos votos do que na primeira denúncia. Em agosto, ele conseguiu 267 .


A oposição conseguiu 233 votos nesta quarta-feira, seis a mais do que na primeira denúncia. 

 

Foram quase quatorze horas de sessão. O processo de votação teve início por volta das  cinco da tarde, quando 342 deputados registraram presença.

 

Durante o todo o dia, a oposição se negou a comparecer. A falta de quórum foi uma estratégia para adiar a votação até o período da noite, quando, segundo eles, os brasileiros poderiam estar em casa para acompanhar ao vivo. O objetivo era expor os deputados favoráveis a Temer.

 

No entanto, muitos deputados da base também demoraram para comparecer ao plenário e foram criticados. O deputado João Gualberto, do PSDB, falou sobre a troca de favores entre Temer e seus aliados.

 

Pela manhã, o relator do caso na CCJ, deputado Bonifácio de Andrada, do PSDB, afirmou que as acusações não tinham provas e atacou a Procuradoria-Geral da República que, segundo ele, estaria agindo como oposição. Os advogados dos ministros denunciados escolheram concentrar a defesa no ataque a atuação do Ministério Público, assim como Eduardo Carnelós, advogado de Temer.

 


No fim da tarde, durante a fase de discussão, o líder do PSDB, Ricardo Trípole, fez questão de destacar que apesar do relatório ter sido escrito por um tucano, ele não representava a posição do partido.

 

Pouco antes das nove da noite, 172 deputados já tinham votado a favor do relatório e com isso era impossível reverter o arquivamento. O clima entre os governistas dentro do plenário foi de comemoração discreta, alguns tiraram fotos, trocaram cumprimentos e outros começaram a ir embora. Deputados da oposição ergueram placas com as expressões vergonha.

 

A PGR acusa Temer de obstrução de Justiça e de liderar uma organização criminosa envolvendo outros membros do PMDB, que teria movimentado cerca de 587 milhões de reais em propina desde 2006, utilizando para isso diversos órgãos públicos. Com a decisão desta quarta-feira, essas acusações apenas só poderão ser investigadas depois que Temer deixar a presidência da república.

 

* Matéria alterada à 11h de 26/10/17.

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