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Política

Com ânimos acirrados, Câmara de Vereadores de SP faz nova audiência sobre Previdência

São Paulo
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Eliane Gonçalves
15/03/2018 - 23:45
São Paulo

Cerca de 80 mil pessoas lotaram as ruas de acesso à Camara de Vereadores de São Paulo em protesto contra as mudanças na Previdência dos servidores públicos.

 

Os sinais de que a manifestação seria grande começaram cedo. De manhã, havia 16 barracas de professores municipais montadas em frente à Câmara. O dobro do dia anterior. Para a professora Valéria Mendes, que dorme em uma delas deste terça-feira (13), a violência gerou solidariedade.

 

Na quarta-feira (14), uma professora e um estudante foram atingidos no rosto por balas de borracha e outra professora teve o nariz quebrado.

 

Vidraças também foram quebradas e para evitar invasões, a presidência da casa mandou soldar os portões.

 

Só pessoas com senha puderam entrar para o salão nobre, onde aconteceu a audiência pública. O cordão de isolamento com o choque da Guarda Municipal irritou a plateia.

 

A reunião começou com um minuto de silêncio em memória da vereadora carioca Marielle Franco, morta na quarta-feira.

 

Mas quando o secretário municipal da Fazenda, Caio Megale, começou a mostrar os números que justificam a proposta que eleva de 11% para até 19% o desconto na folha dos servidores municipais para a Previdência, já não dava para ouvir mais nada. A cada informação a plateia gritava palavras de ordem, inclusive sugerindo que o secretário diminuísse o próprio salário para cobrir o déficit da Previdência.

 

Quem também virou alvo foi o vereador Fernando Holiday, do Democratas e representante do MBL. No dia anterior, ele usou o Facebook para dizer que os servidores eram vagabundos e privilegiados. Foi vaiado várias vezes. Uma professora negra chegou a gritar da plateia que ele, que também é negro, não honrava a própria pele.

 

Um pequeno tumulto começou a se formar quando o vereador Adilson Amadeo, do PTB, ficou irritado com a professora que perguntou quantas malas de dinheiro os vereadores estavam levando para aprovar o projeto.

 

Mas apesar dos ânimos aquecidos, a audiência seguiu até o início da noite sem maiores ocorrências e bem mais tranquila que a do dia anterior. Já o projeto de lei deve ser votado na semana que vem. A prefeitura acredita que já tenha os votos necessários para aprovar as mudanças.

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