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Política

Cabral nega pagamento de propina para garantir Olimpíada no Rio

Rio de Janeiro
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Fabiana Sampaio
10/08/2018 - 09:26
Rio de Janeiro

Em depoimento nessa quinta-feira (9), o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral negou o pagamento de propina a representantes africanos, com o objetivo de garantir a vitória da candidatura do Rio de Janeiro para sediar os Jogos Olímpicos de 2016.


Ele afirmou que o esforço para a escolha do Rio não passou pela compra de votos. E ressaltou que o Rio ganhou com 40 votos de diferença, a maior da história dos jogos.


Cabral acusou o Ministério Publico Fluminense de preconceito racial por sugerir que membros de países africanos tenham sido comprados.


Na denúncia, o Ministério Público Federal (MPF) sustenta que houve pagamento de US$ 2 milhões ao senegalês Lamine Diack, presidente da Associação Internacional das Federações de Atletismo, por meio do seu filho Papa Diack com o intuito de garantir votos para o Rio de Janeiro como cidade-sede dos Jogos Olímpicos de 2016.


O procurador Stanley Valeriano da Silva rebateu afirmando que o MPF não elege teses, mas trabalha com fatos e provas. Disse, ainda, que o órgão tem o dever de combater todas as discriminações.


O ex-governador foi interrogado pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal, responsável pelos processos da Lava Jato no estado, em processo da Operação Unfair Play, que apura suposto esquema de corrupção na escolha da cidade do Rio como sede dos Jogos Olímpicos.


Antes do interrogatório, Cabral teve a oportunidade de encontrar seus pais, um de seus filhos e um dos netos. O encontro, autorizado por Bretas, foi no 7º andar e não pode ser acompanhado pela imprensa.


Também foi ouvido pelo juiz Bretas, Leonardo Gryner, ex-diretor do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), outro acusado no processo.


Gryner confirmou que participou de reunião com Lamine Diack, presidente da Associação Internacional das Federações de Atletismo, e seu filho Papa Diack, em que trataram de propostas de contratação de eventos de atletismo no Brasil.


Ele negou que a contrapartida seria o voto em favor do Rio na eleição para os jogos e disse que não tinha conhecimento de negociações envolvendo pagamento de propina aos dois. Ele também afirmou que as propostas de realização dos eventos não se concretizaram.

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