Senado aprova PL contra fake news, e texto segue para Câmara

Congresso Nacional

Publicado em 30/06/2020 - 22:07 Por Kariane Costa - Brasília

Com um placar apertado, o texto principal do projeto das fake news foi aprovado pelo Senado nesta terça-feira. Foram 44 votos favoráveis e 32 contrários à matéria.


O projeto cria a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet, conhecida como lei das fake news, as notícias falsas.


Antes do início do debate, uma parcela de senadores defendeu novamente o adiamento da votação, mas o pedido foi negado pelo presidente da Casa, Davi Alcolumbre, que argumentou que a proposta já tinha sido discutida com profundidade no Parlamento.


Na prática, o projeto prevê normas para redes sociais e serviços de mensagem privada. O objetivo é   combater perfis falsos e identificar os autores de disseminação de notícias falsas. O texto traz uma série de medidas que os provedores devem adotar, sob pena de multa de até 10 % do faturamento da empresa no Brasil no último exercício.

O relator do projeto, senador Ângelo Coronel, fez várias modificações na proposta original, depois de muita negociação entre os parlamentares. Entre as mudanças está a retirada da possibilidade de penalidades criminais para quem disseminar fake news.


Pela proposta, as novas regras valem apenas para as redes sociais com mais de 2 milhões de usuários. Também não serão exigidos documentos como CPF, identidade e número de telefone celular para abertura de contas nesse tipo de mídia. A identificação dos usuários irá ocorrer apenas em casos suspeitos.


Perfis de agentes públicos, como ministros e o presidente da República, passam a ser considerados de interesse público, e não poderão bloquear o acesso de outras contas às publicações.


Além disso, antes de remover um conteúdo, os provedores deverão garantir o direito de resposta ao usuário, exceto em alguns casos específicos, como incitação à violência contra pessoa ou grupo, especialmente em razão de sua raça, gênero, orientação sexual, origem ou religião.


Apesar das modificações adotadas pelo relator, a versão final não agradou boa parte dos senadores. O governo orientou o voto contrário à proposta. Para o líder no Senado, Fernando Bezerra Coelho, do MDB, o texto fere a liberdade de expressão.


O projeto determina ainda o rastreamento das mensagens encaminhadas em redes privadas, como o WhatsApp, e a identificação dos usuários. Esses dados devem ser guardados por três meses, e só podem ser revelados mediante autorização judicial. Essa coleta de dados não se aplica quando a mensagem for compartilhada com menos de mil usuários.


Fica proibida a comercialização de serviços de disparos em massa, atividade que será fiscalizada pelas próprias empresas e plataformas.


O texto prevê ainda a criação do Conselho de Transparência e Responsabilidade na Internet, que deverá estipular um código de conduta para empresas e usuários.


A matéria segue agora para a Câmara do Deputados.

Últimas notícias
Saúde

Anvisa decide pela proibição da venda de cigarros eletrônicos

De acordo com a Anvisa, estudos científicos mostram que os cigarros eletrônicos podem conter nicotina e liberam substâncias cancerígenas e tóxicas. Além disso, os dispositivos não são mais seguros que os cigarros convencionais.

Baixar arquivo
Geral

Rio de Janeiro será sede do Museu da Democracia

O Museu vai funcionar no prédio do atual Centro Cultural do Tribunal Superior Eleitoral, no centro da cidade. A concepção será feita pela Fundação Getúlio Vargas.

Baixar arquivo
Internacional

Entenda os riscos no conflito entre Israel e Irã

Ministério das Relações Exteriores do Brasil acompanha, com grave preocupação, episódios da escalada de tensões entre o Irã e Israel. 

Baixar arquivo
Geral

Greve: governo apresenta proposta de aumento salarial

Governo propõe aumento de 9% em janeiro de 2025 e mais 3,5% em maio de 2026. Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica diz que a proposta está aquém do pedido pelos servidores e que a orientação é seguir a greve.

Baixar arquivo
Cultura

Brô Mc's, primeiro grupo de rap indígena, resgata cultura ancestral

O primeiro grupo de rap indígena a criar letras e cantar músicas na pegada do hip hop nasceu há 15 anos, em Dourados, no Mato Grosso do Sul.

Baixar arquivo
Cultura

RJ: exposição marca a Década Internacional das Línguas Indígenas

Uma imersão na língua dos povos indígenas, com sua história, memória e realidade atual. Essa é a temática da exposição “Nhe’ẽ Porã: memória e transformação”, no Museu de Arte do Rio. 

Baixar arquivo