CPI: após silêncio, diretora da Precisa nega fraude em preço de vacina

Publicado em 14/07/2021 - 16:47 Por Leandro Martins - Repórter da Rádio Nacional - Brasília

A farmacêutica Precisa Medicamentos tentou reduzir o preço da dose da vacina indiana Covaxin, mas não teve sucesso, porque os valores foram definidos pela fabricante, a Bharat Biotech. Foi o que afirmou a diretora e responsável técnica da Precisa, Emanuela Medrades, em depoimento à CPI da Pandemia, nesta quarta-feira (14). Logo que a reunião começou, ela declarou que não houve ilegalidades na atuação dela no caso.

O valor da dose, a mais cara negociada até agora pelo governo, foi o principal foco dos senadores. Medrades relatou que, em agosto de 2020, o presidente da Bharat Biotech afirmou que a Covaxin seria a vacina mais barata do mercado, mas até novembro não havia um preço definido. Em dezembro, a empresa pediu 18 dólares por dose, e a Precisa pediu uma redução, chegando ao entendimento de 15 dólares a dose. Emanuela Medrades negou que houve oferta de 10 dólares pela dose.

Emanuela informou que a Precisa trabalha com importação de produtos médicos junto ao Ministério da Saúde desde 2018, quando foram comprados, também da Índia, preservativos femininos.

Ela relatou que o primeiro contato com a Bharat para aquisição de vacinas da covid aconteceu em junho do ano passado. E o contrato foi assinado em 25 de dezembro.

Questionada sobre supostos pedidos ou pressões para pagamento antecipado de vacinas sem comprovação de eficácia e sem autorização das autoridades sanitárias, a diretora da Precisa respondeu que em momento nenhum isso aconteceu.

Sobre os contratos, Emanuela Medrades contestou o que disse à CPI o servidor do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda, de que ela teria enviado à pasta uma invoice, que é uma nota fiscal internacional, no dia 18 de março. Ela afirmou que isso ocorreu quatro dias depois, em 22 de março.

A data exata do envio do documento foi abordada porque o servidor e o irmão dele, o deputado Luis Miranda, do DEM, contaram que houve uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro no dia 20 de março, para tratar do assunto. No encontro, os dois teriam alertado o presidente sobre supostas irregularidades nas negociações da compra da vacina Covaxin.

Diante disso, os senadores disseram que vão pedir uma acareação entre Emanuela e Luis Ricardo. E a diretora da Precisa desafiou os irmãos a provarem as informações.

O depoimento de Emanuela Medrades foi retomado nesta quarta-feira (14), depois que a reunião da CPI de terça (13) foi suspensa porque ela havia decidido ficar em silêncio, alegando o habeas corpus que conseguiu no Supremo Tribunal Federal.

O senador Omar Aziz informou que o depoimento de Francisco Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos, previsto para esta quarta-feira (14), foi adiado para agosto.

Edição: Bianca Paiva / Guilherme Strozi

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