CPI: reverendo intermediou futura compra de 400 milhões de vacinas

Publicado em 03/08/2021 - 17:59 Por Leandro Martins - Repórter da Rádio Nacional - Brasília

A CPI da Pandemia retomou as atividades do semestre nesta terça-feira (03), com o depoimento do reverendo Amilton Gomes de Paula. Apontado por representantes da Davati Medical Supply como intermediador entre o governo federal e empresas que ofereciam as vacinas da covid 19, ele foi convocado para responder sobre denúncias de possíveis irregularidades na negociação dos imunizantes.

Amilton Gomes tinha um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal que permitiu a ele não responder perguntas que pudessem incriminá-lo. Mas, o reverendo falou, e no início do depoimento, disse que a proposta para aquisição de 400 milhões de doses da Astrazeneca, por meio da Davati, aconteceu no dia 16 de fevereiro, com o representante da empresa, o policial militar Luis Paulo Dominguetti Pereira, que já depôs na CPI.

O reverendo ressaltou que nunca havia negociado vacinas, e que apenas apresentou a proposta ao Ministério da Saúde.

Amilton de Paula disse ainda desconhecer o pedido de propina de um dólar por dose da vacina AstraZeneca, relatado à CPI por Dominguetti. Mas admitiu que conversou duas vezes com o CEO da Davati, Herman Cadenas, que teria lhe garantido ter imunizantes para comercializar.

O reverendo, que é Fundador da Senah, Secretaria Nacional de Assuntos Religiosos, uma organização sem fins lucrativos, afirmou que a ONG foi usada pela Davati para fins espúrios e desconhecidos pela entidade.

O depoente foi perguntado várias vezes sobre a facilidade que teve para ser recebido no Ministério da Saúde, no mesmo dia em que encaminhou e-mails solicitando uma audiência. Amilton negou que conhecesse alguém na pasta, mas disse acreditar que foi logo atendido porque havia urgência para a aquisição de vacinas no país.

Antes do depoimento, os senadores discutiram sobre requerimentos. Os parlamentares aprovaram a quebra de sigilo telefônico e de dados dos deputados Luís Claudio Fernandes Miranda, do DEM do Distrito Federal, e Ricardo Barros, do PP do Paraná; de Luiz Paulo Dominguette e do próprio depoente desta terça (03), o reverendo Amilton.

Foi aprovado também o pedido de afastamento de Mayra Pinheiro do cargo público de Secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, do Ministério da Saúde.

Serão convocados pela CPI os representantes da empresa VTC Operadora Logística LTDA, conhecida como VTCLog. 

Edição: Bianca Paiva / Guilherme Strozi

Últimas notícias
Saúde

OMS: Vacinas salvaram 154 milhões de vidas em 50 anos

Os esforços globais de imunização têm sido fundamentais, salvando aproximadamente 154 milhões de vidas nos últimos 50 anos, conforme indicado por um estudo conduzido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), revelado recentemente.

Baixar arquivo
Economia

Reforma tributária: Haddad leva texto da regulamentação ao Congresso

O documento tem mais de 300 páginas e 500 artigos com as regras do novo sistema de cobrança de impostos. Ele substitui cinco impostos por dois, um federal e um para estados e municípios.

Baixar arquivo
Política

Congresso Nacional adia análise de vetos presidenciais

A ideia é dar mais tempo para os líderes do governo e da oposição entrarem em acordo para a votação.

Baixar arquivo
Internacional

Presidente de Portugal reconhece culpa pela escravidão no Brasil

O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, admitiu que seu país tem responsabilidade pelos crimes da era colonial, como tráfico de pessoas na África, massacres de indígenas e saques de bens.

Baixar arquivo
Geral

Preso, Chiquinho Brazão fala no Conselho de Ética da Câmara por vídeo

Brazão, acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco, está preso há um mês e é alvo de pedido de cassação apresentado pelo PSOL.

Baixar arquivo
Segurança

CCJ da Câmara aprova lei que permite aos estados decidirem sobre armas

Pelo projeto de lei, os estados poderiam decidir sobre a posse e o porte de armas. Parlamentares favoráveis à proposta acreditam que diferenças estaduais precisam ser respeitadas. Já os contrários, afirmam que regras sobre armas devem ser definidas por uma lei nacional. Base do governo aponta inconstitucionalidade da medida.

Baixar arquivo