Diretor da Precisa nega na CPI encontro com deputado Roberto Barros

Em depoimento na CPI da Pandemia nesta quinta-feira (23), o diretor institucional da Precisa Medicamentos, Danilo Trento, afirmou que não participou das negociações para a compra da vacina indiana Covaxin.

Danilo Trento não usou o tempo que teria direito para a fala inicial e não prestou compromisso de dizer a verdade. Protegido por um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal, o depoente se negou a responder a maioria das perguntas.

Danilo Trento confirmou que esteve em reunião com o ex-diretor de logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, e a agenda foi marcada após envio de e-mail oficial. Mas negou qualquer contato com o deputado Ricardo Barros, líder do governo na Câmara, sobre negociações de vacinas. 

O relator Renan Calheiros rebateu o depoente e apontou uma emenda parlamentar para a compra da covaxin, o que indicaria o conhecimento do deputado sobre a relação da Precisa com a compra da vacina.

Trento admitiu que conhece o lobista Marconny Albernaz, que já depôs na CPI, mas afirmou que ele nunca prestou serviços à Precisa Medicamentos. Durante a reunião, foi aprovada a quebra do sigilo fiscal, bancário, telefônico e telemático de Danilo Trento e do irmão dele, Gustavo Trento.

Os senadores aprovaram também a convocação de Luciano Hang, dono das lojas Havan. Segundo o presidente da CPI, Omar Aziz, o empresário vai depor na próxima quarta-feira (29). Para terça (28), está agendado o depoimento da advogada Bruna Morato. Ela representa os médicos da Prevent Senior que elaboraram um dossiê sobre irregularidades no tratamento de pacientes com covid-19.