Universitário cria ferramenta que identifica padrões de depressão a partir de algoritmos nas redes
Casos de suicídio na universidade motivaram o estudante Otto von Sperling e o orientador dele, Marcelo Ladeira, a começarem uma pesquisa que confirmou: é possível observar pelas redes sociais sinais de comportamento depressivo.
Otto utilizou padrões de uma pesquisa americana de psicologia e criou um algoritmo que, ao analisar postagens no Twitter, verifica se elas se enquadram em um modelo de comportamento depressivo.
Hoje, Twitter, Facebook e Instagram já possuem identificações de padrões de depressão e possibilitam que amigos, ou o próprio usuário, acionem serviços de saúde. No entanto, há um debate ético sobre privacidade e proteção de dados. Essas ferramentas, como a desenvolvida por Otto, devem ser usadas com autorização, conforme explica o professor Ladeira.
Algoritmos que classificam comportamentos depressivos ou outros problemas psicológicos podem ajudar a levantar o alerta, mas não servem como ferramenta de diagnóstico. A principal função deles é justamente colaborar para levar as pessoas que precisam de ajuda para os consultórios de psicologia e psiquiatria. É o que explica a psiquiatra Sandra Peu.
Outras pesquisas também estão em curso, analisando a linguagem de redes sociais e comportamentos psicológicos dos usuários. De acordo com a psiquiatra, elas podem ser úteis já que, nas redes, elas se comunicam de maneira específica, diferente da vida real.