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Saúde

Intervenção em gestantes sem consentimento é ponto de divergência entre CFM e MP

CFM versus MP
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Eliane Gonçalves
13/11/2019 - 18:43
São Paulo

Conselho Federal de Medicina critica ação do Ministério Público contra resolução que permite intervenções mesmo sem o consentimento de gestantes.

 

O Procurador do CFM, o Conselho Federal de Medicina, Alan Cotrin, criticou a ação do Ministério Público Federal que pede a revogação da resolução do CFM, o Conselho Federal de Medicina, que permite aos médicos decidirem por intervenções no corpo de gestantes e parturientes, mesmo sem o consentimento das mulheres.

 

A ação na Justiça foi aberta na última quinta-feira, mas para o representante dos médicos, a interpretação feita pelo Ministério Público está restrita a casos excepcionais, e salientou que os médicos não tomam decisões por capricho.

 

A resolução foi publicada em setembro e vem causando polêmica. Isso porque abre brechas para práticas que são consideradas como violência obstétrica, como a episiotomia, o corte feito no períneo no momento do parto, ou a manobra de Kristeller, que pressiona a barriga da mulher para acelerar o parto - dois exemplos de práticas ainda adotadas por médicos brasileiros e que deixaram de ser recomendas pela OMS, a Organização Mundial de Saúde.

 

Logo depois de entrar com a ação, o procurador federal, Alexandre Chaves, explicou que o critério adotado pelo conselho é vago e não coloca limites no poder médico.

 

Logo depois da resolução, o Ministério Público deu 30 dias para que o CFM justificasse a nova regra. Mas, desde então, o conselho manteve o texto que vinha sendo questionado.

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