Pesquisadores de universidades do RJ buscam identificar comportamentos ligados à compulsão alimentar
O termo compulsão alimentar remete imediatamente a casos graves, quando a pessoa come grandes quantidades de comida até passar mal. Mas, na verdade, comportamentos compulsivos na hora da alimentação podem gerar sofrimento mental e danos ao corpo, ainda que sejam mais brandos.
Para mapear esses comportamentos e saber qual a prevalência deles na população, pesquisadores das univerdades federal e estadual do Rio de Janeiro estão coletando dados de 2,5 mil moradores da capital fluminense.
De acordo com o coordenador da pesquisa, o professor do Instituto de Psiquiatria da UFRJ José Carlos Apolinário, os resultados devem ser divulgados em julho do ano que vem.
“Comem de forma inadequada, porque comem por ansiedade, comem mesmo sem estar com fome. Comem e se sentem perturbadas com a forma com que comem. Ao invés da comida fazer parte de mais um item da sua vida, como conversar com os amigos, sair, trabalhar, a comida passa a ser algo perturbador. A comida não pode dominar a sua vida. E as pessoas com transtornos alimentares de qualquer natureza, a comida passa a ser quase que o ponto central da vida desses indivíduos”.
A equipe de pesquisa está fazendo entrevistas presenciais em todos os bairros do Rio de Janeiro, de acordo com uma divisão estatística de grupos etários que seja representativa da população da cidade.
Além de questionar os entrevistados sobre seus hábitos alimentares, os pesquisadores também levantam informações sobre saúde mental e física, e fazendo uma série de medições de altura, peso e circunferência abdominal.
“Comportamento alimentar sofre muitas influências. E isso acaba interferindo no controle do peso corporal e também na saúde mental dos indivíduos. A gente vai avaliar compulsão alimentar mas outros problemas também. Sintomas de depressão, ansiedade, stress na população. E também doenças clínicas, como pressão alta, diabetes, obesidade”.
A coleta de dados deve ser encerrada em janeiro do ano que vem, com os primeiros resultados analisados em abril. Mais informações sobre o estudo podem ser vistas no site www.compulsaoalimentar.net