Uma manifestação na praia de Copacabana, no Rio, neste sábado (8), lembrou os quase 100 mil mortos pelo coronavírus no país. Mil balões de gás vermelhos foram soltos e 100 deles foram amarrados a cruzes pretas, simbolizando o número de brasileiros que faleceram por conta da pandemia. O protesto foi feita pela Organização Rio de Paz.
O taxista Marco Antônio do Nascimento Silva, cujo filho é uma das mais de 14 mil vítimas da Covid-19 no estado do Rio, iniciou a soltura dos balões. Em um protesto semelhante realizado em junho, o taxista que passava pelo local recolocou as cruzes na areia que haviam sido arrancadas por um homem que se incomodou com o protesto. As imagens do vandalismo na instalação e da recolocação das cruzes por Marco Antônio viralizaram. Segundo a organização, a participação dele simboliza também a dor da perda daqueles que passarão o dia dos pais neste domingo sem seus filhos e pais.
O presidente da ONG Rio de Paz, Antonio Carlos Costa, destacou que os governos erraram na condução da crise de emergência sanitária pela falta de uniformidade no discurso e capacidade de trabalharem juntos para preservar as vidas.
"A pandemia começou há sete meses e chegou no Brasil há cinco meses. Cento e oitenta e oito países foram infectados. O Poder Público e a sociedade brasileira precisam responder: por quê somos o segundo país do mundo em número de mortos? Da resposta dependem as mudanças pelas quais o país precisa passar a fim de vivermos num país no qual a santidade da vida humana seja respeitada".
Uma grande faixa com a frase "100 mil: por quê somos o segundo país em número de mortos?" também foi colocada na areia. O Brasil atingiu nesta sexta-feira (7) 99.572 mortes pelo coronavírus e mais de 2,962 milhões casos da doença. No Rio de Janeiro, o ultimo balanço oficial indica 14.028 óbitos e quase 176 mil casos desde o início da pandemia.




