Mortes por aids caíram 17% em cinco anos no Brasil

Sonora: “Simplesmente tenho o vírus, mais nada. A gente tem que ter muito cuidado, porque as pessoas acham, pensam que o contato, ou a forma, até na forma de falar, é uma forma de transmissão, não é. Inclusive eu perdi uma amiga, quando eu conversei com ela, contei para ela, nunca mais falou comigo.”

Essa é a dona de casa Deniz Catarina, de 59 anos, que há dezenove descobriu ser portadora do HIV. Ela faz o tratamento antiretroviral oferecido pelo SUS, que impede a multiplicação do vírus no organismo.

Assim como Deniz, cerca de 920 mil pessoas vivem com HIV aqui no Brasil; muitas nem sabem que têm o vírus; Segundo o último boletim do Ministério da Saúde divulgado nesta terça-feira (1º) - Dia Mundial de Luta contra a Aids - 89% já foram diagnosticados.

Uma boa notícia é que 77% das pessoas que sabem que têm o vírus já fazem tratamento, e 94% das pessoas em tratamento não transmitem o HIV e têm uma vida normal. Inclusive, por esse e outros motivos, a taxa de contágios e mortes vêm caindo nos últimos cinco anos.

Em 2012, eram quase 22 contaminados para cada cem mil habitantes; no ano passado, a média foi de 17,80. Rio Grande do Sul, Pará, Amazonas e Rondônia são os estados com as maiores taxas de transmissão para cada grupo de 100 mil habitantes.

Em todo o Brasil,  a taxa de mortes por complicações da aids caiu mais de 17%. Há cinco anos, foram mais de 12,6 mil óbitos; e em 2019, mais de 10,5 mil.

O diretor do Departamento de Doenças Crônicas do Ministério da Saúde, Gerson Mendes, ressalta que houve avanços no tratamento da doença desde a década de 80 no Brasil.

O secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, lembra que, durante a pandemia da covid-19, os remédios estão sendo disponibilizados para um período maior de dias.

Apenas em 2019, quase 43 mil pessoas receberam o diagnostico de HIV positivo. Já outras mais de 37 mil desenvolveram a aids, doença provocada pelo vírus.

A maioria dos casos de HIV e aids estão concentrados em pessoas de 25 a 39 anos de ambos os sexos, porém mais de 52% dos infectados são homens.