Shoppings do RJ poderão ficar abertos 24h

Apesar das recomendações de entidades científicas e do Ministério Público, o governo fluminense e a prefeitura do Rio de Janeiro decidiram não retroceder com a reabertura das atividades econômicas. Pelo contrário: anunciaram nesta sexta-feira (4) que os shoppings poderão ficar abertos 24 horas, na esperança de que parte dos consumidores faça suas compras de madrugada, diminuindo as aglomerações e o risco de contágio pelo novo coronavírus.

A única restrição anunciada, diante da curva crescente de casos de covid-19 no estado, foi o fechamento das escolas nessa reta final de ano letivo, mas apenas na rede municipal do Rio.

O governador em exercício Cláudio Castro acredita que a obediência às medidas, como o uso de máscara e o distanciamento social, são suficientes para frear o aumento de novos casos e óbitos.

A estratégia tanto do estado quanto da prefeitura se concentra em tratar os infectados pelo coronavírus, ao invés de restringir a circulação para frear a curva de contaminação.

Nesta quinta-feira, a média móvel de novos casos diários de covid-19 no estado passou de 2,7 mil, o que está próximo do pico de cerca de 3 mil registros ocorrido em julho. Além disso, a taxa de ocupação dos leitos do SUS na capital, que atendem a diversos municípios, chegou a 85% em enfermaria e 92% em UTI - 330 pessoas aguardavam transferência para um leito especializado, o que pode levar até 18 horas, no caso do tratamento intensivo.

Na rede estadual, a promessa do governo é abrir 386 vagas, sendo 314 de UTI. Já a prefeitura pretende disponibilizar nas próximas semanas mais 170 leitos de enfermaria e 50 de tratamento intensivo.

A secretária municipal de saúde Beatriz Busch garantiu que o atendimento de covid-19 está planejado para receber todos os que precisam.

Mas a secretária fez um apelo aos médicos do município, para que se inscrevam nos processos seletivos da empresa de saúde, e completem o quadro funcional necessário para que essas vagas operem em sua máxima capacidade.

E apesar de não decretar novas restrições, o governador Cláudio Castro e o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, pediram que a população deixe de lotar as praias nos fins de semana e não faça mais aglomerações, como as que têm sido vistas cotidianamente ao redor de bares em diversos bairros cariocas.

Já prevendo que o Rèveillon pode ser problemático mesmo sem festas oficiais, o governo anunciou que o metrô, que costuma funcionar sem pausas nesse período, fechará às oito da noite no dia 31 .