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Saúde

Intervalo entre as doses da vacina pode ser menor com nova variante

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Gabriel Brum - Repórter da Rádio Nacional
19/08/2021 - 13:32
Brasília

O avanço da variante Delta do coronavírus pode exigir a revisão do intervalo prolongado entre vacinas de duas doses. A análise é de um modelo matemático que, a partir de dados de estudos sobre a eficácia dos imunizantes, consegue desenhar toda uma campanha de vacinação. O projeto é de pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas, da Fundação Getúlio Vargas e da Universidade de São Paulo.

Um dos pontos levantados pelo modelo é o tempo ideal entre duas doses de vacina. O professor da Unicamp e o pesquisador do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria, Paulo Silva, diz que o cálculo leva em consideração a vacinação, distanciamento social e medidas não farmacológicas, como uso de máscaras.

O modelo mostra que uma vacina com menos de 50% de eficácia na primeira dose deve ser reforçada em menor tempo. A indicação é diferente dos imunizantes com alta eficácia já na primeira aplicação, que podem prolongar o intervalo.

No caso da variante Delta, ainda faltam dados sobre a Coronavac. Mas as informações disponíveis sobre Pfizer e AstraZeneca mostram que a primeira dose tem apresentado baixa eficácia, em torno de 30%. O que torna muito importante o esquema vacinal completo. E o resultado da pesquisa mostra isso, segundo o professor Paulo Silva.

Para o professor, o modelo indica que os intervalos e critérios adotados no Brasil, sem levar em consideração à variante Delta, estão adequados. Mas isso pode mudar se a cepa estabelecer uma transmissão comunitária e se espalhar.

O professor destaca que a ferramenta pode ajudar na tomada de decisão, porque antecipa possíveis efeitos de uma escolha por parte do gestor, como quantos leitos podem ser poupados ou o impacto da reabertura das cidades.


Da rádio nacional em Brasília, Gabriel Brum

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