Especial Setembro Amarelo: idosos que mantêm a saúde mental em dia
Publicado em 09/09/2021 - 09:00 Por Ana Lúcia Caldas - Repórter da Rádio Nacional - Brasília
“Terceira idade é muito bom, a pessoa quando procura alguma coisa pra fazer é tudo. Não pode se entregar. Eu jamais pensei na vida que eu fosse dançar balé. Depois que eu entrei no Sesc a minha vida de idoso melhorou 100%”.
Quem fala é Francisco de Assis, único homem em uma turma só de mulheres e que faz balé. Ele mora no Pará e frequenta o SESC, que há mais de 40 anos tem um trabalho social com idosos. Para se ter uma ideia, 60 mil pessoas são atendidas por ano. Um trabalho reconhecido até pela ONU.
Rita Martorelli, assistente Social e analista do SESC, conta como alguns idosos se sentem: “A gente escuta de alguns idosos, quando a gente está nas unidades do SESC, em que eles estavam em situação de depressão ou de tristeza e melancolia e essa situação melhorou com a participação nas danças, nas aulas, na academia, nas reuniões de grupo”, afirma Martorelli.
As áreas de saúde e social têm um papel fundamental no apoio e na proteção das pessoas idosas, sobretudo, para que elas se sintam úteis, ativas e socialmente integradas.
Rita Cecília Reis Ferreira, psiquiatra do Projeto Terceira Idade do Instituto de Psiquiatria do HC da Universidade de São Paulo, avalia que a ajuda ao idoso pode vir de várias formas. Segundo ela, a pessoa pode frequentar um grupo de idosos porque ela vai se socializar: “as pessoas idosas muitas vezes estão aposentadas, então elas têm mais tempo livre para alguma coisa valorizar o que ele faz, inclui-lo no dia a dia, pedir que ele faça alguma coisa, para que ele se sinta útil. E obviamente existem outras técnicas que hoje estão mais acessíveis via SUS que é não só a parte médica e psicológica, mas as terapias complementares”, afirma.
Ju Garcez tem 72 anos, três filhos e quatro netos. Para ela, fazer algo espanta a tristeza. “Eu acho que a pessoa não deve se acomodar. Deve procurar uma pessoa para conversar, mesmo que não goste de conversar, tente vai fazer uma atividade física, tem tanta coisa para preencher e não ficar reclamando. E a gente tem que envelhecer com a qualidade de vida boa.”, diz a idosa.
Então é preciso aprender a fazer do bem-estar mental uma prioridade. E na próxima reportagem neste especial Setembro Amarelo, “Agir, Salva Vidas” e como ajudar nessa prevenção.
*Com produção de Rosemary Cavalcanti e sonoplastia de Messias Melo.
Edição: Ana Lúcia Caldas / Guilherme Strozi