Pesquisa do IBGE aponta que violência impacta saúde mental dos jovens

Pesquisa realizada pelo IBGE mostra que a violência tem impactado de forma preocupante a vida e a saúde mental de jovens. O estudo revela que mais de um milhão de alunos, com idades entre 13 e 17 anos, deixaram de ir à escola por não se sentirem seguros no trajeto entre a casa e a unidade de ensino. O Estado do Rio de Janeiro foi o que apresentou o maior percentual de jovens com medo da insegurança: mais de 17%.

A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, com informações coletadas em 2019, e divulgada nesta sexta-feira (10), aponta ainda que nada menos do que 21% dos entrevistados afirmaram ter sido agredidos pelo pai, mãe ou responsável alguma vez, nos 12 meses anteriores à pesquisa.

Um dado alarmante, também levantado pela sondagem do IBGE, aponta que aproximadamente 14,5% dos alunos ouvidos informaram aos pesquisadores que já sofreram algum tipo de abuso ou violência sexual. O percentual é maior entre as meninas.

Ainda sobre situações de violência, cerca de 10,5% dos entrevistados disseram ter se envolvido em lutas físicas, sendo que, entre os meninos, o percentual foi mais do que o dobro registrado no caso das meninas. Além disso, quase 3% responderam que se envolveram em briga com arma de fogo.

O levantamento também indica que em 2019 mais de 60% dos alunos entre 13 e 17 anos confirmaram o consumo de algum tipo de bebida alcoólica. E cerca de 47% disseram ter passado por episódio de embriaguez. O uso de drogas ilícitas em algum momento da vida foi declarado por 13% dos estudantes ouvidos, com  proporção maior entre aqueles da rede pública de ensino. Quanto ao cigarro, quase 23% dos estudantes revelaram ter fumado,  sendo que 11,1% consumiram tabaco pela primeira vez antes dos 14 anos. Neste caso, o percentual na rede pública é quase o dobro do encontrado nas escolas particulares.

Em sua quarta edição, a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar entrevistou quase 188 mil alunos, em 4.361 escolas, em 1.288 municípios de todo o país.