Estudo sugere que proteção da Coronavac é menor entre pessoas com HIV
Publicado em 17/11/2021 - 20:02 Por Eliane Gonçalves - Repórter da Rádio Nacional - São Paulo
Pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP compararam a proteção da vacina produzida pelo Instituto Butantan e pelo laboratório chinês Sinovac em pessoas com e sem o HIV, o vírus que causa a aids. O estudo mostra que, depois de tomar a Coronavac, uma pessoa sem o HIV tem mais do que o triplo de chances de desenvolver anticorpos contra a covid-19 que uma pessoa HIV positiva.
Em outras palavras, isso significa que a Coronavac pode proteger menos as pessoas soropositivas. Quem explica é a professora da Faculdade de Medicina da USP e uma das autoras do estudo Vivian Avelino-Silva.
O número de células de defesa do organismo, chamadas de CD4, pode ajuda a explicar a dificuldade na produção de defesas contra o coronavírus. Pessoas com o HIV, mas com maior número dessas células de defesa, têm o dobro de chances de desenvolver o anticorpos que pessoas em estágios mais avançados da infecção pelo HIV.
Mas apesar de níveis de proteção menores, isso não significa que pessoas com o vírus da aids devam deixar de se vacinar. Na verdade, segundo Vivian Avelino, a menor proteção reforça que esse é um grupo prioritário na hora de tomar a dose de reforço.
O estudo foi publicado como um preprint na Lancet, uma das revistas científicas mais importantes do mundo. O preprint é uma espécie de esboço em que o estudo permanece aberto para receber a contribuição de outros cientistas antes da publicação definitiva. O estudo não analisou como se comportam as outras vacinas contra o coronavírus que vem sendo usadas no Brasil.
Edição: Roberto Piza / GT Passos