Ausência de sintomas dificulta diagnóstico precoce de câncer gástrico
Publicado em 03/12/2021 - 12:44 Por Isidoro Calixto - Repórter da Rádio Cultura FM, para a Rádio Nacional - Belém
Um mal-estar no estômago costuma ser tratado com chás e medicamentos comprados sem orientação médica. Porém, a automedicação que alivia temporariamente um sintoma pode mascarar um alerta para algo mais grave: o câncer gástrico.
Esse tumor não apresenta sinais específicos em fase inicial, e muitas vezes é confundido com gastrite, úlceras e doenças de refluxo, o que dificulta o diagnóstico precoce. A doutora Juliana Chaves, médica oncologista clínica, fala das medidas de prevenção para evitar um câncer gástrico:
"A gente manter um peso adequado - então, evitar obesidade - atividade física, ter uma alimentação mais saudável possível, evitar alimentos enlatados, evitar também o consumo excessivo de sal e de alimentos que usam conservantes... a gente tem que evitar o tabagismo e a ingestão excessiva de álcool, que também podem provocar esse tipo de tumor. E algumas doenças da própria mucosa gástrica são fatores de risco, como a infecção por H.pylori, que é muito comum na nossa região".
No Pará, o câncer gástrico é o segundo tipo mais incidente em homens, e o terceiro em mulheres. São esperados 860 casos novos até o final deste ano. O câncer gástrico também é o mais letal entre os homens paraenses, conforme dados de 2020 do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Datasus: o câncer de estômago causou a morte de 413 pessoas do sexo masculino, seguido por 397 óbitos por câncer de próstata.
A doutora Juliana Chaves, médica oncologista clínica, fala dos sintomas que merecem a atenção do paciente para buscar ajuda de um especialista:
"Perda de peso, perda de apetite, fadiga, aquelas sensações gástricas que às vezes a gente tem de estômago cheio, náuseas, vômitos, um desconforto abdominal... o tumor de estômago demora a dar sintomas. Ele geralmente dá sintomas quando a gente já tem uma doença mais avançada. Muitas vezes a gente já tem aquele desconforto gástrico, uma dispepsia, uma azia e não necessariamente isso vai ser câncer de estômago. Então fica de sinal de alerta: sintomas que não melhoram com tratamento e sintomas que começam a progredir são sinais de alerta para procurar um especialista, um gastro, para fazer investigação".
Durante o primeiro semestre deste ano, o Centro de Alta Complexidade em Oncologia do hospital Ophir Loyola registrou mais de 600 pessoas em tratamento contra algum câncer do aparelho digestivo: esôfago, estômago, cólon e reto.
Edição: Rádio Nacional / Nathália Mendes