Somente duas doses de CoronaVac não protegem contra ômicron
Publicado em 03/01/2022 - 21:28 Por Victor Ribeiro - Repórter da Rádio Nacional - Brasília
Quem foi vacinado contra a covid-19 com duas doses da CoronaVac e recebeu o reforço da Pfizer conseguiu ter 40% mais anticorpos contra a variante ômicron do que quem tomou as duas primeiras doses da Pfizer.
A conclusão é de um grupo de pesquisadores, entre eles brasileiros, que divulgou os resultados preliminares de um estudo feito sobre a eficácia da terceira dose. Os cientistas são vinculados à Universidade de Yale, nos Estados Unidos, e examinaram voluntários da República Dominicana.
A vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Isabella Ballalai, ressalta a importância de tomar uma dose de reforço com vacina diferente das iniciais.
O estudo demonstrou que os casos de variante ômicron estão relacionados ao chamado escape imunológico, tanto em relação às vacinas quanto à imunidade natural. Por exemplo, uma pessoa que já contraiu covid-19 costuma ter mais imunidade contra novas infecções. Mas, no caso da ômicron, ela é tão vulnerável quanto quem não pegou covid nenhuma vez.
Por outro lado, as vacinas ainda não oferecem a imunidade desejada contra novas variantes. A pesquisa focou em pessoas inicialmente vacinadas com a CoronaVac. Com as duas primeiras doses, elas não tinham anticorpos contra a variante ômicron. Por isso, a imunologista Isabella Ballalai destaca a necessidade da terceira dose.
A vacinação com imunizantes diferentes também aumentou em 10 vezes a proteção contra a primeira forma do coronavírus e em mais de 6 vezes contra a variante delta. Mas, a proteção contra a ômicron ainda é considerada baixa. Por isso, os pesquisadores indicam que pode ser necessário tomar outras doses de reforço.
*Com produção de Daniel Lima.
Edição: Bianca Paiva / Guilherme Strozi