Projeto Hora do Colinho acolhe bebês durante a hospitalização no Acre

Publicado em 22/07/2022 - 17:09 Por Sayonara Moreno* - Repórter da Rádio Nacional - Brasília

Nas maternidades do Acre, uma nova lei estadual criou o projeto Hora do Colinho. A medida prevê o acolhimento “humanitário e afetivo de bebês recém-nascidos órfãos” ou aqueles que não podem ter a presença materna, por algum motivo, durante a hospitalização.

O acolhimento vai ser oferecido pela equipe multiprofissional da unidade hospitalar por meio da técnica chamada POP, Protocolo Operacional Padrão. A ideia é que a Hora do Colinho proporcione um “momento de relaxamento ao recém-nascido, diminua a ausência materno-paterna ou familiar, o estresse e sensações” de dores e garanta um cuidado mais humanizado, com melhor recuperação, acolhimento e afeto oferecido pelo colo do profissional.

O médico pediatra da Sociedade Brasileira de Pediatria Régis Assad conta que a iniciativa foi testada durante a pandemia, com muitos bebês em UTI, cujas mães estavam internadas ou morreram por algum motivo. Como os recém-nascidos estavam muito agitados, uma enfermeira experimentou dar colo e afeto, o que trouxe bons resultados, nas maternidades que adotaram a Hora do Colinho.

O especialista ainda destacou que o ambiente hospitalar tende a ser frio, com profissionais focados na saúde física. O que pode deixar a desejar na saúde emocional dos pacientes, sobretudo os que acabaram de chegar ao mundo.

A lei, no Acre, ainda determina que a técnica de acolhimento, o POP, deve ser repassada aos profissionais que lidam com recém-nascidos por meio de cursos e treinamentos ofertados pelas maternidades do estado.

Um estudo da Universidade de British Columbia, no Canadá, mostrou que os bebês que não tiveram colo apresentaram um perfil molecular subdesenvolvido para a idade, quando crianças. Em outras palavras, a falta de colo e do toque pode trazer consequências no perfil genético daquele bebê, principalmente no metabolismo e na imunidade, ao longo de toda a vida.

Apesar de ser lei no estado do Acre, a Hora do Colinho pode vir a ser implementada em todo o país. Isso porque tramita no Congresso Nacional um projeto de lei da deputada federal Edna Henrique, do PSDB, que propõe a expansão do protocolo em âmbito nacional.

* Com produção de Eduardo Cupertino.

Edição: Nádia Faggiani/ Renata Batista

Últimas notícias
Saúde

Anvisa decide pela proibição da venda de cigarros eletrônicos

De acordo com a Anvisa, estudos científicos mostram que os cigarros eletrônicos podem conter nicotina e liberam substâncias cancerígenas e tóxicas. Além disso, os dispositivos não são mais seguros que os cigarros convencionais.

Baixar arquivo
Geral

Rio de Janeiro será sede do Museu da Democracia

O Museu vai funcionar no prédio do atual Centro Cultural do Tribunal Superior Eleitoral, no centro da cidade. A concepção será feita pela Fundação Getúlio Vargas.

Baixar arquivo
Internacional

Entenda os riscos no conflito entre Israel e Irã

Ministério das Relações Exteriores do Brasil acompanha, com grave preocupação, episódios da escalada de tensões entre o Irã e Israel. 

Baixar arquivo
Geral

Greve: governo apresenta proposta de aumento salarial

Governo propõe aumento de 9% em janeiro de 2025 e mais 3,5% em maio de 2026. Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica diz que a proposta está aquém do pedido pelos servidores e que a orientação é seguir a greve.

Baixar arquivo
Cultura

Brô Mc's, primeiro grupo de rap indígena, resgata cultura ancestral

O primeiro grupo de rap indígena a criar letras e cantar músicas na pegada do hip hop nasceu há 15 anos, em Dourados, no Mato Grosso do Sul.

Baixar arquivo
Cultura

RJ: exposição marca a Década Internacional das Línguas Indígenas

Uma imersão na língua dos povos indígenas, com sua história, memória e realidade atual. Essa é a temática da exposição “Nhe’ẽ Porã: memória e transformação”, no Museu de Arte do Rio. 

Baixar arquivo