No Brasil, quase 2,5 milhões de crianças não foram imunizadas contra difteria, tétano e coqueluche entre 2019 e 2021. Os dados são de um relatório lançado pelo UNICEF nesta quinta-feira (20). Desse total, 1,6 milhão de crianças não receberam sequer a primeira dose da vacina DPT, a tríplice bacteriana.
Os números da imunização contra poliomielite também são preocupantes: mais um 1,5 milhão de crianças não receberam nenhuma dose.
A médica Luciana Phebo, chefe do escritório do UNICEF no Rio de Janeiro, diz que a cobertura vem caindo desde 2016 e, com a pandemia, a situação se agravou. Um dos fatores foi a redução da confiança das pessoas nas vacinas.
No Brasil, segundo o Unicef, 99% dos brasileiros confiavam nas vacinas infantis antes da pandemia. Depois, esse índice caiu para 88%. E aí entram as fake news.
A representante do UNICEF aponta também a percepção errada de pais de que algumas doenças não existem mais, e por isso não vacinam os filhos. O risco é a volta de doenças erradicas, como a paralisia infantil.
Uma ação urgente é a busca ativa das crianças que ficaram com a vacinação atrasada. Para isso é preciso unir ações da Saúde, da Educação e da Assistência Social. E a sociedade civil também deve ajudar.