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Saúde

Quase metade das famílias se recusam a doar órgãos de familiares

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Oussama El Ghaouri - repórter da Rádio Nacional
11/09/2023 - 20:02
Brasília

A decisão familiar, na hora de doar os órgãos de um ente que morreu, é fundamental para a vida de muitas outras pessoas que aguardam uma nova chance, na fila de transplantes. Quando a morte encefálica de um rapaz chamado Luís Fernando, no interior de São Paulo, foi confirmada, a mãe dele já sabia o que fazer.

No Brasil, a cada 4 potenciais doadores, somente 1 doa órgãos. É o que mostra o Sistema Nacional de Transplantes, do Ministério da Saúde, com dados de 2021. O mesmo levantamento também aponta que cerca de 40%  das famílias consultadas se recusam a doar órgãos dos entes que partiram.

Por outro lado, mais de 50 mil pessoas vivem a espera de um transplante de órgão ou córnea, no país. Mais da metade aguardam um rim.

A coordenadora de transplantes do Ministério da Saúde, Daniela Salomão, diz que a recusa familiar pode diminuir se cada pessoa conversar sobre o assunto e demonstrar vontade em ser doadora.

Segundo Daniela Salomão, os serviços de saúde no Brasil seguem critérios rígidos e exames para confirmar a morte cerebral do paciente, o que pode ser feito, também, por médicos de confiança da família. Só depois disso, os familiares são consultados sobre a intenção de doar os órgãos.

O serviço de transplante de órgãos, no Brasil, é totalmente gratuito para todos os pacientes. É o SUS que financia tanto para a rede pública, quanto para a privada, todo o processo: desde a retirada, o transporte e a cirurgia final. O que, para a coordenadora de transplantes do Ministério da Saúde, Daniela Salomão, é motivo de orgulho para o país.

Recentemente, o apresentador Fausto Silva, o Faustão, esteve na lista de espera por um coração e conseguiu, com isso, a chance de viver mais e melhor. O tempo de espera, segundo Daniela Salomão, varia de acordo com a situação de cada paciente, a disponibilidade e compatibilidade do órgão. Nas redes sociais, Faustão, transplantado pelo SUS, agradeceu a sensibilidade da família do doador.

Campanhas pelas redes sociais não faltam, para que as pessoas se conscientizem da importância de se dizer doador e deixar isso muito claro! Um exemplo é a campanha “eu compartilho vida” que traz o slogan “eu sou doador”. O dia nacional da doação de órgãos é comemorado, no Brasil, em 27 de setembro.

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