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Saúde

Bebidas fermentadas também podem ser adulteradas por metanol; entenda

Pesquisador diz que metanol, dentro dos limites, faz parte da produção
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Sarah Quines - repórter da Rádio Nacional
04/10/2025 - 18:06
São Paulo
Brasília (DF), 03/10/2025 - Operação conjunta de órgãos do GDF para fiscalização de distribuidoras de bebidas alcoólicas.
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por Secretaria de Saúde do Distrito Federal
Fotos: Sandro Araújo/Agência Saúde DF
© Sandro Araújo/Agência Saúde DF

Os casos de intoxicação por metanol investigados no país aconteceram após a ingestão de bebidas alcoólicas destiladas, como vodka, gin e uísque. Bebidas que passam por processo de destilação costumam ter maior valor agregado, gerando maior lucro na falsificação.

Apesar disso, bebidas alcoólicas fermentadas, como vinho, chope e cerveja, também podem ser adulteradas, segundo o farmacêutico-bioquímico do Centro de Informação e Assistência Toxicológica da Unesp, em Botucatu, Alaor Aparecido Almeida.

“Principalmente os vinhos, que têm maior valor agregado. E também maior teor etanol. Um pouco do metanol vai existir naturalmente no processo de produção, mesmo nas fermentadas”.  

De acordo com o especialista, o metanol faz parte do processo natural de produção, mas tem um limite de concentração permitida na bebida: não pode ultrapassar 20 miligramas por 100 ml, de acordo com instrução normativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

A ação tóxica do metanol no organismo é seis vezes maior que a do etanol, e pode comprometer o sistema ocular, levando à perda de visão temporária ou permanente. Ainda não é possível apontar se criminosos estão misturando metanol diretamente ou se adquirem etanol de baixa qualidade contaminado com altos teores de metanol. O pesquisador Alaor Aparecido Almeida destaca que não é possível perceber a adulteração pela cor, odor ou sabor.

“O etanol e o metanol apresentam, praticamente, as mesmas características. Então, é muito difícil você saber através de cor, odor ou sabor”.

Neste momento, a recomendação para os consumidores é evitar a ingestão de bebida alcoólica destilada e prestar atenção a sintomas incomuns ao consumir bebidas alcoólicas. Ao perceber qualquer sinal fora do comum, o consumidor deve procurar atendimento médico.

*Com colaboração de Gabriel Brum

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