Rio contabiliza 100 mortos por bala perdida somente em 2020
Os dados são da Plataforma Fogo Cruzado
Publicado em 19/10/2020 - 14:48 Por Raquel Junia - Rio de Janeiro
Desde o início do ano, a região metropolitana do Rio de Janeiro contabilizou 100 pessoas atingidas por balas perdidas, sendo 25 crianças e adolescentes e 11 idosos. Do total, 17 não resistiram aos ferimentos e morreram, 5 delas menores.
Os dados são da Plataforma Fogo Cruzado, que monitora os tiroteios e situação de segurança pública no Rio. Os números foram fechados antes, no entanto, de mais uma tragédia nesta segunda-feira (19), um jovem de 23 anos morreu ao ser atingido por uma bala perdida dentro de casa no Catumbi, na Zona Norte do Rio. O levantamento da plataforma indica que a pandemia apenas atrasou um pouco a marca de 100 baleados neste ano. Em 2019, o número foi atingido já no mês de julho, 88 dias antes.
A analista de dados da plataforma Fogo Cruzado, Maria Isabel Couto, destaca que apesar de o número de baleados ter diminuído neste ano, não há o que comemorar.
Em 67 dos 100 casos, as pessoas foram atingidas em situações que contavam com a presença de agentes de segurança. O número chama atenção diante da decisão do Supremo Tribunal Federal, de proibir operações nas favelas durante a pandemia do novo coronavírus.
Apesar dessa limitação, as ações policiais foram o motivo de início dos tiroteios ou disparos em 52 dos casos. Outros motivos foram ataques a civis, disputa entre facções, roubo ou tentativa de roubo e tentativa de homicídio quando outras pessoas não envolvidas acabam atingidas.
Entre as cidades da Região Metropolitana, a capital concentrou mais da metade dos atingidos, seguida por São Gonçalo, com 32 ocorrências, São João de Meriti, Niterói e Belford Roxo tiveram três ocorrências cada. A Polícia Militar e a Polícia Civil foram procuradas para comentar os dados e questionadas sobre a realização das operações mesmo com a proibição do STF, mas não responderam até o fechamento desta reportagem.
Edição: Fabiana Pelles