logo Radioagência Nacional
Segurança

Operação da PF investiga afundamento de solo em Maceió

Exploração de sal-gema no subsolo pela Braskem causou problema
Baixar
Leandro Martins - repórter da Rádio Nacional
21/12/2023 - 11:41
São Paulo
Maceió (AL) 17/12/2023 – Prédio interditado com placas de zinco e com uma placa da Baskem nas proximidades da mina n°18 da mineradora na lagoa de Mundaú.
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
© Joédson Alves/Agência Brasil

Aumentar o conjunto de provas e esclarecer as irregularidades na exploração de sal-gema em Maceió, que resultou no afundamento de parte da capital alagoana. Esses são os objetivos da operação Lágrimas de Sal, que a Polícia Federal iniciou nesta quinta-feira (21). Estão sendo cumpridos 14 mandados judiciais de busca e apreensão – onze dele em Maceió, dois no Rio de Janeiro e um em Aracaju.

A exploração de sal-gema em Maceió aconteceu de 1976 até 2019. Como esse mineral é extraído do subsolo, a retirada contínua deixou a terra instável nos bairros Pinheiro, Mutange e Bebedouro. O resultado foi o afundamento da terra e riscos de desmoronamento de casas, ruas e fechamento do comércio. Mais de 60 mil pessoas tiveram que deixar os bairros.

Segundo as investigações, foram apurados indícios de que as atividades de mineração desenvolvidas no local não tenham seguido os parâmetros de segurança previstos nos planos de lavra. Essas ações buscam garantir a estabilidade das minas e a segurança da população que mora na superfície.

Também foram detectados dados falsos e omissão de informações aos órgãos públicos de fiscalização da atividade. Assim, o trabalho continuou mesmo quando já havia sinais de que o solo acima das minas poderia ceder.

Os investigados podem responder pelos crimes de poluição qualificada, usurpação de recursos da União e apresentação de estudos ambientais falsos ou enganosos.

Em audiência pública na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados, nessa terça-feira, a procuradora Roberta Bomfim abordou os compromissos assumidos pela Braskem, em acordo socioambiental firmado com o Ministério Público Federal e o de Alagoas, em dezembro de 2020.

Pelo acordo, a empresa precisa realizar estudos e adquirir equipamentos para o monitoramento em tempo real da área afetada, e adotar medidas para a estabilização do solo, como o preenchimento de minas.

x