No Rio, disque denúncia registra 2,8 mil chamadas sobre aglomerações

Maior parte das reclamações diz respeito ao distanciamento social

Publicado em 24/04/2020 - 09:47 Por Akemi Nitahara – Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Desde o início das medidas de distanciamento social impostas no Rio de Janeiro devido à pandemia do novo coronavírus, em 15 de março, o serviço Disque Denúncia registrou aumento de chamadas relacionadas ao tema.

Segundo levantamento feito pelo Centro de Pesquisas do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (Cenpe/MPRJ), foram uma média de 221 denúncias por dia relacionadas à covid-19. O órgão analisou os registros feitos entre os dias 16 de março e 9 de abril. Em 2019, a média de denúncias recebidas foi de 264 por dia, envolvendo todos os assuntos.

No período analisado pelo Cenpe, 96% do total de 6.648 denúncias recebidas tratavam de desrespeito às recomendações para distanciamento social, com 2.885 notificações de aglomerações, 1.856 de funcionamento irregular de estabelecimentos e 1.626 sobre questões trabalhistas.

Dos relatos de aglomerações, 60% apontam concentração de pessoas em empresas, comércios, bares e restaurantes. Na primeira semana analisada, havia mais denúncias de aglomerações em empresas, passando depois para o aumento de relatos em bares, restaurantes e comércios. Já as denúncias relacionadas a questões trabalhistas diminuíram a partir da primeira semana de isolamento.

Os bairros com mais denúncias são Centro, Campo Grande, Barra da Tijuca, Tijuca e Madureira. A coordenadora do Cenpe, Joana Monteiro, explica que a análise ajuda a orientar o trabalho do MPRJ.

“O monitoramento dos dados do Disque Denúncia é essencial para o MPRJ entender que ações e medidas precisam ser reforçadas no combate à epidemia. Em particular, a análise permite acompanhar quais os principais problemas relatados, em que locais mais se desrespeita as medidas e como o cumprimento de medidas tem variado nas últimas semanas.”

Prefeitura

No serviço Disk Aglomeração, da prefeitura do Rio, foram registradas 2.260 denúncias até o dia 15 de abril, fechando duas semanas de funcionamento do serviço. Os bairros com mais chamados foram: Campo Grande, Realengo, Bangu, Centro, Santa Cruz, Tijuca, Copacabana, Taquara, Barra da Tijuca e Madureira.

Em outra medida para evitar aglomerações, a prefeitura proibiu ontem o funcionamento de 27 feiras livres, que foram suspensas por 10 dias. Ao todo no período, serão impedidas de funcionar 162 feiras montadas em dias e locais fixos, em todos os bairros da cidade.

O secretário de Desenvolvimento, Emprego e Inovação, Claudio Souza, se reuniu com representantes dos feirantes na tarde de ontem, para discutir a situação. Foi montada uma comissão para elaborar um documento com as regras para o funcionamento das feiras, de modo que não ocorra aglomeração de pessoas.

Máscaras

Com a entrada em vigor ontem (23) do Decreto 47.375, que torna obrigatório o uso de máscaras por todas as pessoas que circularem pelas ruas da cidade, em especial nos transportes, a prefeitura fez hoje uma ação educativa para orientar os motoristas de ônibus. Os fiscais atuam nas zonas sul e oeste e no centro da cidade.

Ontem, a prefeitura distribuiu máscaras à população no Terminal Alvorada, na zona oeste, e hoje a ação ocorre no Terminal de Santa Cruz do BRT, também na zona oeste. Ao todo, serão distribuídas um milhão de máscaras feitas de celulose, que devem ser descartadas após um dia de uso.

Ainda como uma ação educativa, a prefeitura colocou máscaras em mais de 40 estátuas por toda a cidade, para chamar a atenção da população sobre a necessidade do uso do acessório. Os monumentos também receberam uma placa com a inscrição: “Se tá fora de casa, tem que usar máscara. É obrigatório”.

O decreto prevê que quem não usar as máscaras pode ser impedido de utilizar o transporte público ou entrar nos estabelecimentos autorizados a funcionar durante a pandemia.

Edição: Valéria Aguiar

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