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Saúde

Um em cada dez brasileiros tem sintomas gripais

A pesquisa foi divulgada hoje pelo IBGE
Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil
Publicada em 16/06/2020 - 15:31
Rio de Janeiro
A doutora Luciana Souza compara duas radiografias de tórax diferentes de um paciente enquanto conversa com um colega de um hospital de campanha criado para tratar pacientes que sofrem da doença de coronavírus (COVID-19) em Guarulhos, São Paulo
© REUTERS / Amanda Perobelli/Proibida reprodução

Uma em cada dez pessoas no país apresentavam, na semana de 24 a 30 de maio, pelo menos algum dos 12 sintomas associados à síndrome gripal, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Covid19, divulgada hoje (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

A estimativa do IBGE é que 22,1 milhões de pessoas, o equivalente a 10,5% da população, tenham tido um ou mais dos seguintes sintomas: febre, tosse, dor de garganta, dificuldade para respirar, dor de cabeça, dor no peito, náusea, nariz entupido ou escorrendo, fadiga, dor nos olhos, perda de olfato ou paladar e dor muscular.

Esse número caiu em relação a primeira semana analisada pela pesquisa, de 3 a 9 de maio, quando eram 26,8 milhões ou 12,7% da população com pelo menos um dos sintomas.

O sintoma mais frequente foi a dor de cabeça, informado por 4,9% da população, ou 10,2 milhões de pessoas na semana de 24 a 30 de maio. Já a dificuldade de respirar, que pode ser indício do agravamento da covid-19, foi referida por 1,4% das pessoas, ou 2,9 milhões.

Dentre as pessoas que apresentaram sintomas, cerca de 16,4% ou 3,6 milhões de pessoas procuraram estabelecimento de saúde em busca de atendimento. A maioria desses atendimentos, mais de 80%, foram na rede pública de saúde. Ao todo, 137 mil foram internadas na última semana de maio.

Entre aqueles que apresentaram sintomas, mas não foram a um estabelecimento de saúde, 82,4% tomaram a providência de ficar em casa e 58,6% compraram ou tomaram remédio por conta própria. De acordo com o IBGE, apenas 4,8% ligaram para algum profissional de saúde e 13,3% compraram ou tomaram remédio por orientação médica.

Mercado de trabalho

A Pnad Covid-19 foi criada pelo IBGE em maio e deve durar três meses. Além de fazer um balanço da saúde, a pesquisa procura mapear a dinâmica da doença sobre o mercado de trabalho. De acordo com a pesquisa, o contingente de pessoas desocupadas passou de 9,8 milhões, na semana de 3 a 9 de maio para 10,9 milhões, na semana de 24 a 30 de maio, uma variação de 10,8%. Tratam-se de pessoas não ocupadas, mas que procuraram emprego nos últimos 30 dias e estariam disponiveis para iniciar um trabalho.

A população fora da força de trabalho, ou seja, que não estava trabalhando nem procurava por trabalho, era de 74,6 milhões, dos quais 25,7 milhões, o equivalente a 34,4%, disseram que gostariam de trabalhar. Dessas, 68,9% ou 17,7 milhões não procuraram trabalho “por causa da pandemia ou por não encontrarem uma ocupação na localidade em que moravam”, diz o estudo.

O IBGE estima que haja 84,4 milhões de pessoas ocupadas no Brasil. Entre eles, 14,6 milhões ou 17,2% estavam afastados do trabalho devido ao distanciamento social. Essa porcentagem reduziu em relação a primeira das quatro semanas analisadas quando esse contingente era de 16,6 milhões ou 19,8% dos ocupados.

A pesquisa estima que 13,2% da população ocupada ou 8,8 milhões estavam trabalhando de forma remota na semana analisada, contra 13,4% ou 8,6 milhões na primeira semana.