Marinha e Universidade de São Paulo enviam 80 respiradores para Manaus

Desenvolvidos pela USP, equipamentos não dependem de oxigênio líquido

Publicado em 15/01/2021 - 18:36 Por Elaine Cruz e Pedro Ivo de Oliveira - Repórteres da Agência Brasil - Brasília e São Paulo

O Comando da Marinha do Brasil anunciou hoje (15) que enviará 40 equipamentos de suporte respiratório emergencial do tipo Inspire para Manaus. Os respiradores serão recebidos em dois lotes, o primeiro com 26 unidades e o segundo com 14.

Desenvolvido a partir de uma parceria entre o Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo e pesquisadores da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), o Inspire pode ser usado em locais remotos e em unidades de tratamento intensivo (UTIs), já que é portátil e não depende de ar comprimido. 

O estado de São Paulo também se prontificou a enviar respiradores para Manaus. Os 40 respiradores disponibilizados serão entregues em 4 lotes: 5 serão entregues hoje (15), mais 5 no sábado (16) e outras 20 unidades no domingo (17). As 10 unidades restantes serão entregues na semana que vem. 

Governo federal

Em redes sociais, a Secretaria de Comunicação do governo federal informou que pacientes internados na cidade de Manaus estão sendo transportados para outras oito capitais para desafogar a rede de atendimento local. O transporte é feito com o apoio de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB).

Segundo informa a nota, Manaus receberá ainda nesta semana 5 mil m³ de oxigênio líquido para ajudar no atendimento de pacientes que necessitem de respiração artificial.

Respiradores

A função dos respiradores mecânicos é ajudar na oxigenação do sangue e na eliminação de gás carbônico no organismo. Ele funciona como um suporte para o pulmão que está doente ou com dificuldades de funcionamento.

Existem dois tipos de ventiladores mecânicos, os chamados de invasivos, e os não-invasivos. A forma invasiva de ventilação mecânica é feita por intubação interna. O tubo plástico passa pela boca, desce pela traqueia e chega diretamente aos pulmões. Na forma invasiva, o paciente é sedado durante todo o tempo em que usa o aparelho. Um motor externo regula o fluxo de oxigênio e infla os pulmões, forçando assim a troca de gás carbônico por oxigênio.

O não invasivo injeta oxigênio nas vias respiratórias por meio de um cateter ou máscara. O oxigênio fica em um cilindro pressurizado, conectado por um tubo de plástico maleável, e é liberado gradualmente para o paciente. Esse ventilador gera um fluxo de ar que faz com os pulmões funcionem involuntariamente, ajudando o paciente a se recuperar sem o esforço total da rotina pulmonar. O respirador Ispire, da USP, utiliza o método não invasivo.

A necessidade prolongada do ventilador mecânico pode causar efeitos colaterais que às vezes são irreversíveis. Dificuldades respiratórias, problemas psicológicos e danos às cordas vocais estão entre eles.

*matéria atualizada às 13h17 do dia 03/03/2021 para acréscimo de informação sobre respiradores mecânicos

Edição: Aline Leal

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