Caso de hepatite tóxica alerta para produtos que prometem emagrecer

Paciente depende de transplante de fígado

Publicado em 04/02/2022 - 15:08 Por Beatriz Albuquerque - Repórter da Rádio Nacional - Brasília

O caso de uma mulher de 42 anos de idade, sem problemas de saúde prévios e que chegou ao Hospital de Clínicas de São Paulo com hepatite fulminante, necessitando de transplante imediato de fígado, chamou a atenção da equipe médica. Após uma investigação clínica, o diagnóstico: hepatite tóxica por ingestão de um medicamento supostamente natural. Um composto com 50 ervas que promete perda de peso causou uma lesão irreversível na paciente, que passou a depender de um transplante para sobreviver.

Diante desse caso tão grave, a cirurgiã Liliana Ducatti, que acompanhou a paciente, decidiu fazer um alerta nas suas redes sociais sobre o assunto. A médica explica que nenhuma medicação deve ser tomada sem acompanhamento médico e garante que não existe remédio milagroso para perda de peso. 

“Nós estamos falando de uma medicação que não é aprovada pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], não é regulamentada e que promete um emagrecimento através de ervas ditas como naturais, e isso sabidamente pode ser maléfico para o fígado. Isso é um perigo para a saúde em geral da pessoa, e especificamente para a saúde do fígado”, disse Luciana Ducatti. 

A médica faz um alerta às pessoas que querem emagrecer, destacando que profissionais de saúde são capacitados para dar  orientação nesses casos.  “Procure um profissional gabaritado. Existem milhares de profissionais gabaritados que estudam, que usam como base a ciência e que podem ajudar. Desde médicos endocrinologistas, nutrólogos, nutricionistas, tem muita gente para ajudar”.

Mesmo após passar por cirurgia e receber um novo fígado, o corpo da paciente rejeitou o órgão transplantado e ela faleceu. A informação foi confirmada por familiares via redes sociais.

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Matéria atualizada para ajuste de informação. A paciente seguia internada no Hospital das Clínicas de São Paulo, mas acabou falecendo após a cirurgia.

Edição: Leila Santos/Edgard Matsuki

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